Depois de levantar na quinta- feira o bloqueio aéreo do Líbano, Istael retirou esta tarde as fragatas militares das posições ao largo libanês, pondo termo a oito semanas de bloqueio militar ao país. A decisão prevista para Domingo foi adiantada para esta manhã depois das forças da FINUL terem rendido às 12h30 locais os navios de guerra israelitas.
«A força conduzida pela Itália vai continuar a manter o embargo internacional ao fornecimento de armas ao Hezbollah», o porta voz do governo israelita, Miri Eisin.
A frota, sob comando italiano, assume agora a responsabilidade de pôr em prática a resolução 1701 da ONU no que se refere à vigilância das águas territoriais para evitar a transferência de armas para o movimento Hezbollah. O primeiro cargueiro a atracar esta manhã no porto de Beirute foi ainda fiscalizado pelo exército israelita, uma tarefa que caberá doravante à ONU.
Entretanto, centenas de soldados libaneses estão a deslocar-se para as fronteiras sul do país, num importante destacamento para uma área que o exército não ocupa há décadas.
Dezenas de camiões camuflados, alguns jipes e veículos blindados seguiam hoje ao início da tarde em fila numa estrada costeira em Mansuri, cerca de 15 quilómetros a norte da fronteira com Israel.
Um dos oficiais libaneses que comanda o destacamento disse que a caravana tinha tido de esperar licença das tropas da ONU antes de se deslocar para a zona que exército israelita deixara horas antes.
O oficial, que não quis ser identificado, adiantou que as suas tropas iriam continuar até à localidade fronteiriça de Yarin e ocupar uma ampla zona da costa.
Disse que estava a coordenar cuidadosamente o avanço com a ONU porque tanques israelitas ainda ocupam colinas próximas.
Com o fim do bloqueio militar, mas sob um cessar-fogo frágil, a palavra de ordem é agora "reconstrução", após 34 dias de guerra que provocaram mais de um milhar de mortos e milhares de feridos e refugiados. Uma prioridade sublinhada pelo ministro dos transportes francês, Dominique Perben, que chegou hoje a Beirute no primeiro voo comercial estrangeiro a aterrar no país desde o fim do bloqueio aéreo israelita, levantado ontem.
França continua assim empenhada em obter um regresso à normalidade que poderá passar por um acordo de paz israelo-palestiniano. Um objectivo perturbado pelo silêncio de Israel em iniciar negociações para a retirada militar das quintas de Sheeba no sul do Líbano, ocupadas há 40 anos e previstas no texto da resolução 1701.
Esta é para ja a única zona do país onde os soldados libaneses não irão ocupar posições. Hoje centenas foram mobilizados para o sul do país, enquanto aguardam a chegada dos 15 mil capacetes azuis prometidos pela ONU para vigiar o processo de paz.
Ate ao momento o total de ofertas vindas dos países membros não supera os 9 mil homens. Sete mil vêm da Europa, mas como sublinham os analistas, continuam a ter um recurso à força limitado face ao clima de tensão na região após 34 dias de confrontos e ao reforço das milícias do Hezbollah que continuam a clamar vitória.
Lusa, agências de notícias
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