Na República Democrática do Congo realizaram-se eleições presidenciais e parlamentares. Pela primeira vez nos mais de 40 anos de ditadura, guerras e epidemias, os seus habitantes puderam fazer uma opção livre.
A cadeira presidencial era disputada por mais de 30 candidatos, entre os quais vários comandantes de campo. Protegida pela maior força de paz do mundo, a votação na República Democrática do Congo foi a mais complexa e mais cara já organizada pelas Nações Unidas, ao custo de US$ 460 milhões.
Da extensa capital Kinshasa até as selvas da bacia do rio Congo, os eleitores enfrentaram ameaças de violência de rebeldes, empecilhos burocráticos e chuvas para depositarem seus votos nas urnas.
Com exceção de incidente na província centro-sul de Kasai do Leste, onde um posto de votação foi queimado e eleitores foram ameaçados, o pleito foi em geral pacífico, organizado e entusiástico, segundo testemunhas, funcionários e a ONU.
Quanto ao incidente , fonte de grupo de observadores, que além da portuguesa integra um cidadão alemão, um ucraniano e diversos polícias e militares congoleses, disse à agência Lusa que, após a destruição dos locais de voto, os manifestantes começaram a provocar os observadores.
Os manifestantes, que pertencem a vários partidos políticos que se opõem às eleições, acusaram a comissão eleitoral independente do país de diversas "irregularidades", nomeadamente a existência de boletins de voto a mais e o desaparecimento de eleitores de listas dos respectivos cadernos eleitorais.
Os manifestantes acusaram ainda a comunidade internacional, nomeadamente a União Europeia, de beneficiar o actual presidente e candidato Joseph Cabila( na foto).
Como se supõe, o favorito da corrida eleitoral é o atual chefe do Estado Joseph Cabila. Há três anos, ele herdou o poder do seu pai Laurent-Desire Cabila, que havia derrubado o ditador Mobutu Sese Seko, mas posteriormente morto por seus próprios guarda-costas.
O principal rival de Joseph Cabila é Jean-Pierre Bemba, um dos quatro vice-presidentes e outrora líder dos insurretos.
As eleições são resultado de processo de negociação de três anos, após a última guerra no Congo que matou quatro milhões de pessoas, a maioria de fome e doenças. Mais de 1.200 observadores internacionais acompanhavam a votação.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter