Um projeto-piloto de uma revista bimestral de triatlo para o Estado de São Paulo foi o que as alunas Ana Paula Mackevicius e Taísa Gentina apresentaram como trabalho de conclusão de curso à Faculdade de Comunicação do Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), de Santos-SP. Da banca examinadora, participaram os professores Adelto Gonçalves, orientador, e Helena Maria Gomes, que consideraram que a proposta atende a um nicho de mercado e merece ser viabilizada comercialmente.
Apresentado em formato de revista de 56 páginas no tamanho A4 (210x297mm), o trabalho, segundo as alunas, foi criado como forma de valorizar o esporte, que é o mais completo por englobar três modalidades em uma só (natação, ciclismo e corrida). Por falta de reconhecimento e apoio, muitos atletas acabam desistindo dessa modalidade, lembra a jornalista recém-formada Taísa Gentina, também triatleta, explicando que a publicação tem por objetivo proporcionar incentivo às pessoas que já praticam o esporte e conquistar mais adeptos.
Com o título 3 EM 1, a publicação traz em seu número inicial uma reportagem de capa sobre a cidade de Santos, considerada a capital nacional do triatlo. Para tanto, as alunas fizeram entrevistas com o diretor da empresa Na Sports, Núbio de Almeida, responsável pela organização de várias provas da modalidade, atletas e ex-atletas.
Para abertura da revista, foi feita uma entrevista de perguntas-e-respostas com o argentino radicado em Santos, Oscar Galíndez, abordando sua vida e suas expectativas no esporte. Este atleta foi selecionado pelo seu admirável currículo internacional e por ter deixado sua família na Argentina para viver e treinar no Brasil, com preferência para a cidade de Santos, diz Ana Mackevicius.
Em sua edição-piloto, a revista 3 EM 1 apresenta também reportagem com o atleta Reinaldo Colucci, que, aos 22 anos, possui um currículo impressionante, com vários títulos internacionais, além de ter conquistado em 2008 a disputada vaga olímpica. Após ter passado altos e baixos em sua carreira, Colucci hoje mantém um ótimo desempenho em todas as distâncias de prova.
As jornalistas recém-formadas lembram ainda que a vontade de querer resultados rápidos acaba por levar muitos atletas a cometer excessos em seus treinamentos, o que ocasiona o overtraining, que é a perda do rendimento esportivo. Muitos atletas não dão a devida importância para sua nutrição, o que pode ajudar a deixar o organismo com baixa imunidade e mais receptivo aos sintomas do overtraining, diz Taísa. Foi por isso que abordamos este assunto com depoimentos do clínico-geral Miguel Naveira, especialista em Medicina Esportiva, e da nutricionista Patrícia de Souza, acrescenta.
Para a também triatleta Taísa, falar em triatlo e não falar de Fernanda Keller é algo difícil. Pioneira no esporte, Fernanda beira os 45 anos mantendo-se como a principal atleta do Brasil no Ironman. Além disso, possui um projeto de assistência social há dez anos, que atende a um grupo de quase 500 crianças. Esta mulher é um espelho tanto para atletas como para pessoas normais, diz Taísa
Outra reportagem de muito interesse foi feita com o jovem Paulo Eduardo Chieffi Aagaard, o Pauê, que perdeu as duas pernas num acidente e teve que se adaptar a essa nova vida. Não foi nada fácil, mas ele nunca reclamou de seu acidente, não perdeu as esperanças e exibe uma alegria contagiante, diz Taísa.
Para reforçar a idéia de que a vida de triatleta no Brasil não é tarefa fácil e merece ser valorizada, as jornalistas fizeram ainda uma reportagem que mostra o risco de vida a que os esportistas se submetem ao sair para treinar. Reunimos depoimentos de atletas que tiveram seus treinos interrompidos devido à violência existente no País, conta Taísa, que ouviu também o depoimento do delegado Alexandre Malantrucco, que já foi atleta e reconhece o perigo de assaltos em rodovias e locais desertos, em razão do alto valor de alguns equipamentos utilizados pelos triatletas.
Texto: Adelto Gonçalves
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