O presidente do FC Porto está presente hoje no Tribunal de Gondomar que começou o julgamento de um processo cível intentado contra o Estado por Pinto da Costa, a reclamar 50 mil euros de indemnização por alegada detenção ilegal. Arrolada como testemunha pelo Ministério Público neste processo, Carolina Salgado, a ex-companheira de Pinto da Costa, vai estar hoje ausente do julgamento por não ter sido notificada, segundo a Lusa.
A detenção e Pinto da Costa ocorreu, em fins de 2004, para um interrogatório relacionado com o caso Apito Dourado. Na acção, o presidente do Porto refere ter sofrido um tratamento "vexatório aplicado pelas autoridades" e "danos elevados na sua imagem".
O início do julgamento esteve marcado para 27 de Novembro, tendo sido adiado para hoje por imperativos de agenda e também para criar condições, em diversos tribunais, que possibilitem a audição de algumas testemunhas arroladas através de videoconferência.
De acordo com o jornal Público. pt, Jorge Nuno Pinto da Costa esteve no Tribunal de Gondomar sob detenção na tarde de 3 de Dezembro de 2004. A leitura do mandado de detenção foi-lhe feita, a meio da tarde, por dois inspectores da PJ e vigorou por escassa meia hora, até que a juíza de instrução Ana Cláudia Nogueira decidiu adiar o interrogatório para a terça-feira seguinte, 7 de Dezembro. Pinto da Costa ficou desde logo sujeito à medida de coacção mínima (termo de identidade e residência).
O presidente do FC Porto viria a ser indiciado por cinco crimes, dois de corrupção desportiva activa, dois de tráfico de influências e um de cumplicidade em falsificação de documentos. Foi-lhe fixada uma caução de 125 mil euros e a proibição de contactar com Valentim Loureiro, Pinto de Sousa, o empresário de futebol António Araújo, Adelino Caldeira, Lourenço Pinto, árbitros e dirigentes de órgãos sociais da Liga de Clubes e da FPF ligados à arbitragem ou disciplina.
No livro Eu Carolina, Carolina Salgado, a ex-companheira de Pinto da Costa conta que no dia 1 de Dezembro de 2004 teve lugar uma reunião entre o presidente do FC Porto, Reinaldo Teles, e o advogado Lourenço Pinto, na qual este último terá revelado estar iminente a detenção dos dois dirigentes portistas, assim como a do empresário António Araújo.
Este facto viria a confirmar-se com a detenção de Araújo (que Carolina Salgado afirma não ter sido avisado propositadamente). Neste dia, Pinto da Costa e Carolina Salgado - segundo a sua versão - já estavam em Tui, Espanha.
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