Enfim, Caindo a Patética Máscara do MBL

Enfim, Caindo a Patética Máscara do MBL

Enquanto o Senado brasileiro derrubou nesta terça-feira (17), por 44 votos a 26, a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que havia determinado o afastamento de Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato, a boa notícia é que, enfim, está caindo a precária máscara do Movimento Brasil Livre (MBL) entre diversos de seus seguidores nas redes sociais.

Edu Montesanti

Historicamente atrasados no tempo pela baixa estatura intelectual, há quase três anos da existência do MBL cidadãos reacionários das mais diversas regiões do Brasil que até então atacavam ferozmente vozes progressistas que apontavam as profundas contradições e o evidente obscurantismo do movimento, passam a indignar-se e questionar seriamente os interesses por trás desses pimpolhos de péssimo nível cultural produzidos em laboratório com fins políticos bem claros, e para passar a imagem que não existe em seres reacionários: cheios de vida e de ativismo enquanto, na essência, poussum a mentalidade envelhecida e um caráter cientificamente comprovado baseado no medo, nas fobias e nos preconceitos, cujos frágeis alicerces só podem estar sustentados na mentira e nas difamações embora, é igualmente inegável, tal grupleho apenas tem encontrado guarida no vácuo escancarado por uma "esquerda" brasileira caricata, dessituada, inerte, apática, politiqueira, cínica, mesquinha, que prima pela vulgaridade excessiva.

Desde que o Senado decidiu pela permanencia de Aécio, mergulhado em escândalos de corrupção evidenciados há muito, o silêncio quase absoluto marca as páginas do MBL nas redes sociais, seguindo sua postura diante do presidente Michel Temer, um dos políticos mais baixos e impopulares da história do Brasil, cujos índices de aprovação registram 3%, com margem de erro que pode chegar a zero. Mesma omissão claramente tendenciosa envolvendo os inúmeros casos de corrupção envolvendo o mesmo PSDB de Aécio no Estado de São Paulo, origem do grupelho, e completamente oposta às posições do MBL à época da aprovação do impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff, e até hoje envolvendo acusações (geralmente falsas) contra "comunistas pedófilos", "corruptos" e "terrorisstas".

Em recente entrevista ao jornal paranaense Gazeta do Povo, questionado duas vezes do porquê não se manifestar hoje pela cassação de Temer, o líder do MBL, Kim Kataguiri, não poderia ter sido mais patético (para dizer o mínimo): em resumo, sua ideia - em nome do movimento, é claro - apontava para confiança na Justiça. E como desgraça pouca é sempre uma grande bobagem no Patropi de tantos carnavais, tal mediocridade sempre faz ressoar entusiásticos aplausos de uma plateia lotada de aloprados.

Diversos seguidores do MBL em redes como Fez-Se Buque, têm questionado e até atacado verbalmente o movimento, alguns dizendo-se até "ex-seguidores", afirmando entre tantas outras coisas:

"Se fosse do PT vcs estariam descabelando o palhaço";

"Faz tempo que eu notei que o MBL esta comprado pelo PSDB, kd a indignacao do movimento? kd a manifestacao?";

"Não enganam mais";

"Estão mostrando que possuem um lado"; 

"Quem os financia?";

 "E sobre o Aécio nada? Kd a indignação contra a corrupção? Vcs se venderam?";

"Vergonha!";

"Conversa? Só um fala... Um puta chute no saco do brasileiro hoje com o Aécio vocês colocam só uma imagem disso e dessa porcaria de homem pelado no museu um vídeo de 6 minutos, vocês estão de brincadeira né?";

"Vocês são uns molecotes vendidos, mesmo. A indignação contra a corrupção tem endereço certo, não é mesmo? Então é isso? A preocupação de vocês agora se voltou para as exposições de museus? Sempre insisti na teoria de que vocês teriam vida curta. As pessoas que seguem a página viram em vocês uma possibilidade de mudança, mas não são trouxas, meus caros. A bandidagem escancarada que vimos hoje, merecia - se vocês não fossem uns vendidos - um estardalhaço digno de uma mobilização gigantesca! Aquela notinha ridícula deixou bem claro o lado que a banda de vocês toca. O padrinho de vocês agradece o apoio. Moleques vendidos!";

"Os malditos do PT roubam mil reais( se bem que o PT só rouba milhões e bilhões) aí o MBL - Movimento Brasil Livre faz 300 postagens, com comentários em cada uma que ultrapassa 4 linhas. O Bandido do Aécio volta ao Senado e o máximo que o MBL - Movimento Brasil Livre faz é postar a foto, sem comentário algum. Que triste decadência";

"Quem era o MBL! Se fosse alguém do PT, ou da esquerda que fosse derrotado hoje no senado, estariam soltando fogos. Mas é o Aécio Neves, parceiro de Temer, a quem vocês apoiam.  Eu sou um idiota mesmo!".

Diante disso tudo,  o financiamento do MBL ainda é um mistério assim como a maneira que seu dinheiro é utilizado, e os próprios critérios para a escolha das lideranças. Como os guarda-costas dessa gente são muito poderosos, os donos de um poder globalmente corrupto, nada indica que algum dia virá ás claras tais questões. 

O MBL é mencionado pela norte-americana Atlas Network (nome fantasia da Atlas Economic Research Foundation desde 2013): 

"Muito membros do Movimento Brasil Livre têm passado pelo programa de treinamento da Atlas Network, a Academia de Liderança da Atlas (Atlas Leadership Academy), e estão agora colocando em prática [no Brasil] o que aprenderam no local onde viveram [Estados Unidos] e trabalharam."

Atlas Network, cujo proprietário é David Koch, magnata do petróleo estadunidense, é uma think tank especializada em fomentar a criação de outras organizações de ultradireita no mundo, com recursos obtidos com fundações parceiras nos Estados Unidos e/ou canalizados dos think tanks empresariais locais para a formação de jovens líderes, principalmente na América Latina e na Europa oriental. Koch, por sua vez, é bem conhecido em seu país pelo caráter inescrupuloso quando se trata de fazer negócios.

Segundo a jornalista Marina Amaral:

"De acordo com o formulário 990, que todas as organizações filantrópicas tem de entregar ao IRS (Receita nos EUA), a receita da Atlas em 2013 foi de US$ 11,459 milhões. Os recursos destinados para atividades fora dos Estados Unidos foram de US$ 6,1 milhões: dos quais US$ 2,8 milhões para a América Central e US$ 595 mil para a América do Sul."


Juliano Torres, diretor executivo do Estudantes pela Liberdade (EPL), explica a relação entre o EPL e o MBL, nome criado pelo EPL a fim de e engajar nas manifestações de rua sem comprometer as organizações norte-americanas, impedidas de doar recursos para ativistas políticos segundo a lei vigente nos Estados Unidos.

"Quando teve os protestos em 2013 pelo Passe Livre, vários membros do Estudantes pela Liberdade queriam participar, só que, como a gente recebe recursos de organizações como a Atlas e a Students for Liberty, por uma questão de imposto de renda lá, eles não podem desenvolver atividades políticas. Então a gente falou: 'Os membros do EPL podem participar como pessoas físicas, mas não como organização para evitar problemas. Aí a gente resolveu criar uma marca, não era uma organização, era só uma marca para a gente se vender nas manifestações como Movimento Brasil Livre", afirma Torres.

Não sem motivo, enfatiza sempre Kim Kataguri, uma das lideranças do MBL: "A gente quer privatizar a Petrobras. A gente quer o Estado mínimo".

Enfim, apenas um grande imbecil como esses bibelôs do MBL pode acreditar que o nível intelectual, engajamento cidadão ou coisa que o valha por parte dessa gente promoveu sua ascensão entre a sociedade e na própria vida política do país, como seria o caso em circunstâncias normais envolvendo qualquer movimento social que atingisse importância equivalente. 

Se não bastassem os fatos, a história recente traz exemplos do quanto os podres poderes fomentam seus movimentos de estimação -  e para quem ignora a história, essas organizações artificiais possuem os mesmos traços e sintomas do MBL, assim como de Movimento Endireita Brasil e Vem prá Rua, já abordados em Pravda Brasil em abril de 2016. E quem está chegando a tais conclusões agora, mesmo ignorando a história, são seus próprios seguidores diante de uma história que nunca falha.

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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