Os norte-rio-grandenses foram rápidos no gatilho. Enquanto nós emprestávamos destaque aos aspectos viáveis da exploração de nossa jazida de sal-gema, o Presidente Lula e a Ministra Dilma, no Rio Grande do Norte, asseguravam que a jazida capixaba continuaria sem autorização para ser explorada.
J.C. Monjardim Cavalcanti
Os norte-rio-grandenses foram rápidos no gatilho. Enquanto nós emprestávamos destaque aos aspectos viáveis da exploração de nossa jazida de sal-gema, o Presidente Lula e a Ministra Dilma, no Rio Grande do Norte, asseguravam que a jazida capixaba continuaria sem autorização para ser explorada.
No município de Ipanguaçú, o Presidente garantiu em conversa reservada com a governadora Wilma Faria, que iria renovar o prazo de suspensão da exploração da reserva de sal-gema de Conceição da Barra, que a Petrobras tem no Espírito Santo.
O que impressiona é o fato da nossa reserva ser superior, em termos de qualidade e competitividade, às do próprio estado da governadora, segundo suas próprias declarações. Ela chegou a afirmar que a exploração da nossa jazida colocaria em cheque a economia de seu estado, provocando muitas demissões. Respeitamos a defesa e a coragem com que a governadora Wilma Faria despertou a sua bancada para a importância de lutar pelos interesses maiores do estado e da sua gente. Gostaríamos, também, que respeitassem nosso direito de defender a viabilidade, jamais contestada, da maior jazida de sal-gema da América Latina.
É preciso ter presente que a Petrobras, em 1988 e, posteriormente, em 2002, renovou seu desejo de explorar a sal-gema capixaba, sendo impedida pela então Ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, que cancelou a publicação do edital de licitação.
Temos a consciência tranqüila, porque sempre lutamos em defesa de nossa jazida. Em inúmeras oportunidades fizemos chegar ao conhecimento de expressivos valores de nossas bancadas e a alguns segmentos empresariais, os nossos artigos e as nossas informações, tentando despertar por aqui o espírito de pressão sobre as autoridades federais, sustentados por uma viabilidade potencial e logística que jamais deveria ter sido atropelada, como agora acaba de acontecer, novamente.
Os potiguares, pela palavra de sua governadora, chegam a afirmar: O Governo não pode permitir que uma mina da região mais desenvolvidado país acabe com uma das poucas opções econômicas do Rio Grande do Norte. E a governadora pergunta: Dizimar empregos no sertão nordestino para favorecer o rico sudeste?. Já houve um tempo em que o Espírito Santo foi pedir ajuda aos estados da poderosa Sudene e, acabou sendo tratado como um intruso, voltando desiludido e de mão abanando.
Mantida a promessa do Presidente e da Ministra ao Rio Grande do Norte a gente fica cada vez mais confuso.
Esta semana em Vitória, durante o Encontro Brasil-Alemanha, o Presidente declarou: O Governo é como as mães. Tem que tratar todos os filhos com muito carinho, não deixando faltar nada a nenhum deles. Jamais uma mãe iria descobrir um filho para cobrir outro. O que nós precisamos finalizou o Presidente é aumentar o cobertor, colocando todo mundo juntinho.
Nesta de sal o capixaba geme. Tanto faz no pré como no pós.
O cobertor só está cobrindo a cabeça, lá em cima. Mas, nós temos que puxa-lo, com força, fé e raça.
J.C. Monjardim Cavalcanti é jornalista e
ex-Secretario da Comunicação Social do Estado do Espírito Santo BrasilSubscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter