Helio Fernandes
A "semente" de um novo Kosovo, que não deixaremos desenvolver
Dois assuntos que felizmente não conseguem tirar do noticiário, e que por terem muita coisa em comum juntei aqui.
1 - A audácia de propor na ONU a criação de "241 países" na Amazônia.
2 - O número elevadíssimo de ONGs, mais de 300 mil, sendo que 100 mil só na Amazônia.
O general Lessa (que comandou a Amazônia com competência extraordinária e uma quase obsessão) foi o primeiro a fazer uma série de televisão, mostrando ao mesmo tempo as duas coisas, ONG-Amazônia.
O almirante Gama e Silva (que tem longo trabalho de pesquisa e livros sobre o assunto) revelou para o repórter: "Helio, essas terras que querem entregar a meia dúzia de índios são maiores do que a Índia e o Paquistão". Disse que não podia ser, Gama e Silva acrescentou: "E isso sem contar com o que chamam de Amazônia legal, pura ficção".
Finalmente, o general Augusto Heleno, que comanda a Amazônia e conhece profundamente a sua desprezada realidade, deixou os seminários (ontem esteve participando de um no Clube Militar) e foi para a televisão, assombrando a todos pelo conhecimento pessoal e o desconhecimento de muitas autoridades. Todos ressalvam e deixam bem claro o que seria desnecessário: "Não estamos contra os índios, mas não podemos permitir a divisão do Brasil EM VÁRIAS NAÇÕES".
Na semana seguinte, o "Canal Livre" (louvo o interesse pelas questões importantíssimas) entrevistou o ministro da Justiça. Sobre a mesma Amazônia e o desinteresse do Itamaraty e, lógico, do próprio governo pelo que a ONU está discutindo. E que naturalmente votará: o que chamam sofismando de "DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS".
Assim mesmo, longo e tenebroso, pois precisam complicar bastante o problema, para que ninguém entenda.
O ministro Tarso Genro "honrou" a ONU, mostrou que não conhece nada sobre o assunto. É uma audácia ir à televisão expor seu desconhecimento de tudo. Devia pelo menos ter lido alguma coisa. O ministro parece que confiou bastante no Itamaraty, e disse consigo mesmo: "Se eles aprovaram, não pode ser contra o Brasil, por que vou perder tempo estudando um assunto tão complicado?".
No programa, o ministro criticou, só o Supremo. Defendeu a Raposa/Serra do Sol, não percebeu que pode dividir o Brasil até com guerra civil. E não ligou nem para o que disse o seu chefe, Lula, presidente da República: "A favor dos índios, todos somos, mas N-A-Ç-Ã-O aqui, só existe uma, o Brasil".
No seminário de anteontem, pela primeira vez acertaram no alvo, com espantosa precisão: "Aprovado o projeto da ONU, o exemplo de Kosovo se repetirá no Brasil". É rigorosamente verdadeiro. Só que não deixaremos que a ONU vote nada que ameace o Brasil e sua unidade, mantida no Império e resguardada na República.
Há dezenas de anos personagens do mundo inteiro procuram fórmula de "invadir, se apossar e dominar" oficialmente a Amazônia. Tentam iludir a todos, dizendo "a Amazônia é o pulmão do mundo, não pode ser propriedade do Brasil". Isso não tem nada a ver. Eles sabem que cientistas de alto respeito já concluíram: "As maiores riquezas do mundo ainda não foram transformadas em realidade. Estão no fundo do mar, na Antártida, nas montanhas e na Amazônia". Portanto três desses "territórios" riquíssimos estão no Brasil. Alguma dúvida sobre a intenção desses grupos de ESPECULADORES MULTINACIONAIS ou GLOBALIZANTES?
O general Augusto Heleno novamente colocou as coisas nos termos devidos e usando as palavras irrefutáveis. E teve a simplicidade e a coragem de chamar a atenção para a hierarquia não apenas militar. Textual: "Meu único objetivo é a defesa do Brasil".
PS - Só esse assunto já seria suficiente para dominar a atenção da opinião pública.
Voltaremos a tratar muito do assunto, nossa preocupação. E a convicção deste repórter foi sempre esta: ANTIIMPERIALISTA E ANTIGUERRA. Principalmente a civil.
PS 2 - E há ainda o problema G-R-A-V-Í-S-S-I-M-O das ONGs. Só na Amazônia existem 100 mil. Isso mesmo: só na Amazônia 100 mil ONGs, 300 mil no Brasil todo. Por que essa profusão de ONGs, que ninguém sabe como agem e por que recebem FORTUNAS dos governos?
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