O casal McCann regressou ao Reino Unido neste domingo (09), assustado pelas acusações feitas contra eles, segundo informa O Globo. Kate e Gerry podiam sair livremente do país, porque a única restrição imposta como suspeitos foi a de estar sujeitos a "controle de identidade" e comunicar ausências superiores a cinco dias de seu domicílio habitual, o que foi fixado por seu advogado em sua residência do Reino Unido.
A imprensa portuguesa repercutiu rapidamente as informações de fontes oficiais portuguesas no sentido de que essa comunicação formal aos responsáveis da investigação não tinha acontecido.
A legislação portuguesa prevê que os suspeitos podem ser levados ao juiz de instrução, interrogados e inclusive retidos em prisão preventiva, mas não está claro agora como as autoridades de Portugal se comunicarão legalmente com os McCann fora de sua jurisdição territorial.
Entretanto a Polícia portuguesa (PJ) acredita que poderá os deter próxima semana, depois de receber os resultados que ainda por estão por enviar pelo Forensic Science Service de Birmingham, Inglaterra, que espera que cheguem nessa altura, e o resultado das novas diligências que está a efectuar, retomando as buscas pelo corpo de Maddie.
É sobre a mãe de Maddie que recaem as maiores suspeitas. Os investigadores admitem a forte probabilidade de Kate ter dado um "estalo" em Maddie e de esta ter batido com a cabeça. O que os surpreende é que a mãe não tenha tido a iniciativa para chamar o 112. E é neste ponto que poderá residir o maior mistério, configurando a já referida hipótese de negligência grosseira. O facto de ser médica e ter percebido imediatamente o que se passou pode explicar o caso.
Amanhã, a PJ entregará ao procurador do Ministério de Público (MP) em Portimão o relatório das inquirições aos McCann, que, ao que o DN apurou, não tiveram grandes resultados devido ao silêncio de Kate e Gerry perante as 40 questões colocadas pelos investigadores. Após analisar esse relatório, o MP apresentará o processo ao juiz de instrução criminal de Portimão para avaliação. Depois, o casal será ser levado de novo à PJ e posteriormente ao tribunal, que poderá determinar nova medida de coacção (a mais grave é a prisão preventiva).
A tese de morte de Maddie está a tomar cada vez mais consistência", afirmou ao DN o director nacional adjunto e responsável pela Directoria de Faro da PJ, Guilhermino Encarnação, afiançando que a investigação "continua com todos os meios que tem ao seu alcance a procurar o corpo". Segundo apurou o DN, as buscas, embora muito discretas, continuam centralizadas na zona da Praia da Luz, numa faixa "entre mar e terra".
Fontes ligadas ao processo adiantaram que a linha de investigação não exclui a hipótese do corpo de Madeleine ter passado por vários locais, entre viaturas, apartamentos e outros locais. Contudo, até ao momento, não foi levantada a hipótese do cadáver ter sido destruído.
Com o anúncio da tese da morte de Maddie, a PJ espera a partir de agora uma nova "fornada de pistas" sobre a localização do corpo da criança.
"Vai iniciar-se um novo ciclo na investigação, com muitas pistas de que o corpo da menina poderá estar aqui ou ali", referiu, adiantando que a PJ "só irá para o terreno atrás de pistas credíveis".
Uma garantia que responde às preocupações manifestadas ontem pela família McCann, em Inglaterra, sobre se a PJ continuará à procura de Maddie.|
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