Dirceu leva Alckmin à Justiça

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, resolveu me caluniar no debate com o presidente Lula, ontem, na TV Bandeirantes. Afirmou textualmente:"o mensalão foi feito dentro do Planalto, no terceiro andar, pelo seu chefe da Casa Civil". Trata-se de um crime contra minha honra e imagem. Vou acionar o candidato tucano na Justiça. Espero que ele não se retrate como fez o irmão de Celso Daniel, quando chegou a hora de comparecer perante à Justiça e confirmar suas calúnias contra mim.


Quero repetir: não temo ver investigado. E quero ser investigado para provar minha inocência, como vem sistematicamente acontecendo, seja no caso de Santo André, nas CPIs dos bingos e do mensalão, seja na CPI do Rio de Janeiro para investigar o caso Waldomiro. Aliás, em relação a esse caso, a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio me investigaram e nada encontraram que deponha contra minha vida pública de mais de 40 anos.


Também a Receita Federal, que durante um ano investigou meu patrimônio e minha renda, nada encontrou. Ao contrário, fui inocentado, inclusive após ter meu sigilo telefônico, bancário e fiscal quebrados. E a denúncia do Ministério Público Federal, que me acusa de ser chefe de quadrilha e de ter organizado o mensalão, ainda não foi aceita ou rejeitada pela Justiça.


Logo, a afirmação do ex-governador Geraldo Alckmim é uma calúnia. Repito, sou inocente e vou provar na Justiça que não existiu mensalão.


Durante os 30 meses em que fui ministro da Casa Civil, jamais violei qualquer lei ou deixei de defender o interesse público. Não tenho nenhuma investigação ou inquérito sobre minha gestão, ela foi aprovada pelo TCU. Considero a denúncia do MPF que me acusa de chefe de quadrilha uma aberração. Sem provas ou indícios, é toda apoiada nas entrevistas de Roberto Jefferson, cassado pela Câmara dos Deputados por mentir sobre o mensalão.


Fui cassado por razões políticas. O Brasil sabe que a Comissão de Ética não reuniu provas para minha cassação e que a Câmara dos Deputados me cassou sem provas, para me afastar da vida política brasileira. Como nos piores momentos da ditadura, quando tive meus direitos políticos e minha nacionalidade cassados e fui banido do país por dez anos. Da mesma maneira que voltei para lutar contra a ditadura, continuo na minha trincheira, como cidadão, lutando pelo Brasil e para provar minha inocência.


O ex-governador Geraldo Alckmin, se que ser presidente da República, precisa respeitar os devidos processos legais, a presunção da inocência e, assim, reconhecer meu direito de defesa. Caso contrário, ele mesmo pode vir a ser vítima da injustiça que fez comigo. Basta recordar as graves denúncias que envolveram não só o seu governo com a sua própria família, para exigir dele respeito à minha vida pública e à minha biografia. Para que ele também seja respeitado.


Zé Dirceu

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