A Gazprom reservou capacidade para fornecimento de gás natural para janeiro através do gasoduto Yamal-Europa. Reservado com antecedência, aguardando um aumento nos pedidos de clientes europeus. Isso, porém, ainda não está acontecendo. E nos primeiros 11 dias de janeiro, a empresa russa já pagou aos poloneses cerca de dois milhões de dólares. Na verdade, para um tubo vazio.
No final de dezembro do ano passado, os clientes alemães e franceses da Gazprom esgotaram seus limites anuais de fornecimento de gás. Como resultado, o trânsito de gás natural da Rússia através da Polônia caiu para praticamente zero. No entanto, em janeiro, a empresa russa registrou quase 19 milhões de metros cúbicos por dia - com a expectativa de que traders europeus comecem a aumentar as ofertas para seus contratos de longo prazo a partir do início do ano.
Entretanto, isso não aconteceu. O trânsito pela Polônia ainda está em zero. Mas a Gazprom paga pelas capacidades encomendadas, tendo gasto cerca de dois milhões de dólares em um tubo vazio. O fato é que as capacidades encomendadas são pagas independentemente de haver ou não trânsito de gás. Em dezembro, a empresa russa não comprou a capacidade do oleoduto em leilões e, portanto, não havia nada a pagar.
Enquanto isso, a Comissão Europeia na quinta-feira, 13 de janeiro, novamente levantou o tema das supostas restrições da Gazprom ao fornecimento de gás natural para a Europa.
"Enviamos perguntas a várias empresas fornecedoras de energia. Muitas nos enviaram respostas. Mas ainda estamos aguardando respostas, em particular da Gazprom", disse a vice-presidente executiva da CE, Margrethe Vestager, em uma reunião em Bruxelas.
Segundo ela, a Comissão Europeia "espera receber respostas para que possamos continuar a esclarecer a situação".
Aparentemente, o foco principal da CE está na empresa russa. Quando perguntaram a Vestager se ela concordava que os altos preços do gás na Europa poderiam ter sido desencadeados pelo comportamento da Gazprom no mercado, ela deixou claro que esse era um motivo para pensar. Segundo o representante da Comissão Europeia, a questão dos preços é prioritária.
"Quando uma empresa limita a oferta em um ambiente de demanda crescente, você se pergunta. Esse comportamento raramente é visto no mercado", disse Margrethe Vestager.
No entanto, o representante da Comissão Europeia respondeu de forma bastante evasiva. Anteriormente, as autoridades alemãs afirmaram repetidamente que a empresa russa está cumprindo todas as suas obrigações nos termos dos contratos.
Por sua vez, a Gazprom disse que a empresa está em contacto com a Comissão Europeia sobre a situação do mercado da UE, parte da informação já foi prestada.
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