O encontro deste fim-de-semana em Riade, na Arábia Saudita, sublinhou as divisões entre o binómio "anti-americano" Irão-Venezuela e a quase totalidade dos restantes membros do cartel.
Teerão, que já negoceia as exportações essencialmente em euros e é apoiada por Caracas, queria ver equacionada a possibilidade de calcular o barril de petróleo num divisa distinta do dólar. Mas a proposta do presidente iraniano foi firmemente rejeitada pela Arábia Saudita, próxima dos Estados Unidos, e pelos aliados do Golfo Pérsico.
A declaração final do encontro centrou-se no estudo das medidas a médio e longo prazo para assegurar a estabilidade do mercado energético. As subidas do preço do petróleo foram atribuídas a especulação, fora do controlo da OPEP.
O Presidente venezuelano, Hugo Chavez, advertiu os Estados Unidos para não atacarem nem o Irão nem o seu país, senão o preço do barril de petróleo poderá subir para os 200 dólares, informa a agência Lusa.
«Se os Estados Unidos forem suficientemente loucos para atacarem o Irão ou agredirem de novo a Venezuela, o preço do (barril de) petróleo poderá passar para os 150 dólares, ou mesmo 200 dólares», avisou Chavez no discurso que proferiu na abertura da 3ª Cimeira da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), em Riade.
«O petróleo é a fonte de todas as agressões» no mundo, acrescentou ainda o Presidente venezuelano, salientando que esse foi o motivo da guerra no Iraque e das ameaças (norte-americanas) contra o Irão.
Hugo Chavez referiu também que actualmente a OPEP «está mais forte que no passado», razão por que deverá tornar-se num «activo agente geopolítico», «exigindo às potências mundiais que deixem de a ameaçar».
Intervindo imediatamente a seguir a Chavez, o rei Abdallah, da Arábia Saudita, considerou que «o petróleo não se deverá transformar numa ferramenta de conflitos».
Segundo o monarca saudita, a OPEP tem «dois objectivos principais: a protecção dos países membros e da economia mundial» e opor-se às «perturbações inopinadas do preço do petróleo».
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