O presidente russo Vladimir Putin se manifestou ontem (13) contrario à modificação da Constituição do país para transformar a Rússia em um Estado religioso.
Em uma reunião com altos funcionários e políticos na cidade de Belgorod, Putin comentou uma discussão entre aqueles que querem implantar a educação religiosa obrigatória nas escolas e que se queixam de um crescente clericalismo da sociedade russa , onde a Igreja formalmente está separada do Estado.
O presidente disse que recebeu uma petição do Congresso Mundial Russo em apoio da iniciativa de implantar o ensino obrigatório da religião cristã ortodoxa nas escolas do sistema público. Também recebeu uma carta de famosos intelectuais e cientistas russos , incluidos vários prémos Nobel em que denuciaram o crescente clericalismo da sociedade e defenderam o caráter láico do Estado russo. Nossa Constituição declara a separação da Igreja do Estado.
Se alguma pessoa acredida que isso tem que ser alterado, teria que modificar a Lei Fundamental, mas não acho que agora devemos ocupar-nos disso, destacou Putin. O presidente, fiel cristão ortodoxo, sublinhou que todos conhecem sua especial atitude à Igreja Ortodoxa Russa, mas recordou também que a Constituição do país reconhece quatro religiões oficiais : cristianismo ortodoxo, o islamismo, judaismo e budismo.
Quanto à educação de nossas crianças em espírito de nossas quatro religiões , estou totalmente a favor , mas para isso terá que encontrar uma forma que seja aceitável para toda a sociedade, enfatisou, segundo a agência Interfax.
A política do Patriarcado russo e dos setores nacionalistas por implantar o ensino da doutrina ortodoxa nas ecolas públicas causou os protestos do clero muçulmano a destacar que na Rússia vivem entre 15 e 20 milhões de seguidores do islamismo.
A separação da Igréja do Estado na Rússia aconteceu logo depois da Revolução Bolchevique em 1917. O Império Russo era do cristianismo ortodoxo, representado pela Igreja Ortodoxa Russa.
Por Lyuba Lulko
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