"Voltando à vaca fria" (VII)
Ceguetas de um olho? Não dos dois....
Em artigo intitulado "Pr'á rua ... a toda a força!" publicado neste jornal a 18 de Dezembro de 2017, fazia com um certo ênfase referência à presença militar nos Açores como uma acção de "Psico" como a utilizada na guerra colonial e, numa das forma chamada de "Ação de presença". No mesmo afirmei e torno a fazê-lo que nada me anima pessoalmente contra quaisquer dos elementos das mesma forças militares mas ao protagonismo do estado português através das mesmas por subordinação ao poder política depois do 25 de abril de de 74. No mesmo texto, divulgava o número de militares de origem açoriana (786 dos quais 613 pertencentes ao exército e desses, apenas 106 do quadro permanente) não conseguindo entretanto, chegar ao número por categoria nos postos de oficiais, sargentos e praças.
Noticias de 6 de Janeiro p.p., revelam que o recém empossado Comandante da Zona Militar dos Açores, anunciou a missão de organizar o 7º contingente nacional da coligação de combate ao Daesh. Acrescentou o CZMA que o referido contingente seria constituído por 30 "militares açorianos" S.Exa. o Brigadeiro-General agora à frente da chamada Zona Militar dos Açores, referindo a dualidade da organização militar, acrescenta, a importância acrescida do apoio à população civil com a seguinte afirmação: "não sendo de natureza essencialmente militar, constituem uma das nossas principais responsabilidades e preocupações, e para as quais orientamos parte significativa do nosso treino e encargo operacional".
Abril de 2018, dia 18 : http://www.exercito.pt/pt Exército entregou Símbolo da Pátria ao Contingente Nacional para o Iraque 18-04-2018 11:00
Militares irão ministrar formação às Forças de Segurança iraquianas, no âmbito do combate ao terrorismo
"Realizou-se no dia 18 de abril, no Campo de São Francisco, na cidade de Ponta Delgada, S. Miguel, Açores, a cerimónia de entrega do Estandarte Nacional ao 7° Contingente Nacional para o Iraque."
Satisfazendo os compromissos internacionais assumidos por Portugal, no quadro de apoio e contributo à segurança dos povos, o Exército aprontou, no Regimento de Guarnição Nº 2, na Zona Militar dos Açores (...) Nesta redação, de 478 palavras apenas só duas vezes aparece a palavra Açores e a referência a militares açorianos"nicles". Referência especial ao "olheiro mor" o Embaixador residente e, aos novos e ditos inspectores do cacimbo o Secretário de Estado da Defesa Nacional, e do Chefe do Estado-Maior do Exército.
Na verdade, e em relação à composição do contingente em relevo, duvidamos de que seja composto por militares açorianos porque, se tivermos em conta os números no inicio apontados, dificilmente teremos o número de graduados entre oficiais e sargentos que do mesmo fazem parte.
Quer queiram ou não, é visível que o estado português está a lançar uma campanha psicológica de intensificação de domínio nos Açores, através de uma acção psico-social baseada na presença de um efetivo militar cada vez mais visível, usando uma das práticas mais influenciais, a de "presença".
Ela está, nas na comunicação social através de informações de factos relacionados com a sua acção seja pelos serviços que prestam, sejam com a entrega de equipamentos como lanchas e outros artefactos por parte da marinha. Com paradas militares fora quartéis, concertos, breafings, recepções à juventude com visitas a instalações militares e afins. Entrega de medalhas a quem de direto têm às mesmas mas a conta gotas para fazer render o peixe, como se diz popularmente.
Se em tudo isso não há "marosca" vou ali e já volto. Porque só um cego é que não vê! E tal só se diz da pessoa que não quer ver o que está bem na sua frente.
José Ventura
2018/04/20 "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara"
(Saramago no seu livro "Ensaio sobre a cegueira)
Aos componentes do Contingente destacado para a missão de treino e formação das forças de segurança do Iraque, desejamos as maiores felicidades.
Por opção o autor escreve pela antiga grafia.
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