Colômbia: um defensor de direitos humanos é agredido a cada 3 dias

A cada três dias, um defensor de direitos humanos na Colômbia foi vítima de agressão direta no primeiro semestre de 2010. A informação é do Sistema de Informação sobre Agressões a Defensores e Defensoras de Direitos Humanos (SIADDHH), que monitora a violência contra defensores e organizações de direitos humanos no país.

De acordo com o informe, 64 defensores colombianos foram vítimas de agressão durante os meses de janeiro e junho deste ano. O número de ataques aumentou em relação ao semestre anterior (junho a dezembro de 2009), quando se registraram 38 casos.

Além disso, 111 organizações sociais e de direitos humanos foram vítimas de algum tipo de agressão que põe em risco a vida e integridade de seus membros e prejudica seu trabalho legítimo e legal.

Agressões

Ameaças, atentados e assassinatos foram as três agressões identificadas. Dos 64 casos registrados no primeiro semestre, seis estão relacionados a atentados contra a vida, sete correspondem a homicídios ou assassinatos e 51 a ameaças contra o defensor.

No quadro de agressões, maio e junho foram os meses mais críticos, quando houve sete assassinatos. O informe chama a atenção para a proximidade das mortes com as eleições presidenciais. "Historicamente no país, durante os processos eleitorais, aumentam os índices de violência política e de violações aos direitos humanos".

A maioria das agressões partiu de grupos paramilitares, com 59%, contra 41% não identificados. O informe também destaca um aumento do número de agressões por parte de atores desconhecidos em comparação com períodos anteriores. No último semestre de 2009, esse índice era de 26%. "Há uma tendência cada vez mais clara sobre o desconhecimento do agressor e a despolitização destas agressões que, segundo fontes oficiais, obedecem á delinquencia comum e não a atores armados legais e ilegais do conflito armado e da violência política que afronta a Colômbia".

Os dados revelam ainda que a área mais perigosa para o exercício dos direitos humanos continua sendo a cidade de Bogotá (28%), onde houve o maior número de agressões. Em seguida aparecem as regiões de Santander (16%), Cauca (17%) e Valle. O relatório também salienta a situação dos departamentos de Meta e de Huila, com um crescimento cosiderável das agressões.

O informe critica ainda as autoridades do país, que não tem apresentado conclusões satisfatórias sobre as agressões. "Apesar do crescimento das ameaças e intimidações aos defensores de direitos humanos e as consequentes denúncias penais realizadas na Fiscalía [Promotoria] Geral da Nação e às autoridades competentes, somadas aos anos anteriores, até o momento não há resultados certos sobre a origem e as responsabilidades das ditas agressões", afirma a nota.

(Com informações do Programa Somos Defensores)


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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey