Humanista, defensor dos pobres, dos que lutavam para uma vida digna, José Saramago, Prémio Nobel de Literatura de 1998, que levou a luta deles para as palavras, fazendo da caneta sua arma, deixou o mundo lusófono e a literatura mundial desfalcados de uma voz viva e corajosa.
Sua morte hoje, sexta-feira, aos 87 anos de idade, provocou uma onda de consternação à volta do mundo e levou as autoridades portuguesas a pronunciarem um luto de dois dias. Militante no Partido Comunista Português, José Saramago foi um revolucionário na escrita de intervenção, suas obras evocando causas sociais e levantando questões perspicazes, reflectindo sobre o rumo que o nosso mundo seguia.
Seu último comentário no site Fundação José Saramago:
«Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objectivo determinado como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte nenhuma».
Lista de Obras
Saramago escreveu 16 romances, o primeiro sendo Terra do pecado em 1947 e o último Caim, em 2009. Além disso, três antologias de poemas, um compêndio de viagens, Viagens a Portugal (1981), quatro Crônicas, um livro infantil A Maior flor no mundo (2001), dois volumes de Diários e Memórias, cinco peças teatrais e três contos.
Nomeamos algumas das obras principais deste grande escritor:
Terra do Pecado (1947), "Deste Mundo e do Outro" (1971), "Levantado do Chão" (1980), "Memorial do Convento" (1982) , "O Ano da Morte de Ricardo Reis" (1984), "A Jangada de pedra" (1986), "História do Cerco de Lisboa" (1989), "O Evangelho segundo Jesus Cristo" (1991) , "Ensaio sobre A Cegueira" (1995), "Todos os Nomes" (1997) "Ensaio sobre a Lucidez" (2004)"As Intermitências da Morte" (2005), "Poesía Completa" (2005), A Viagem do Elefante (2008)
Olga SELYANINA
PRAVDA.Ru
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