O assassino da Universidade de Virgínia Cho Seung-hui uma hora antes do segundo massacre da segunda-feira (16) enviou num pacote à rede de TV NBC, em Nova York com uma correspondência que continha textos, fotos e vídeos do sul-coreano. "Vocês tiveram 100 bilhões de chances de evitar este dia, mas decidiram derramar o meu sangue. Vocês me encurralaram e só me deixaram uma opção.
A decisão foi de vocês. Agora vocês têm sangue em suas mãos e nunca vão conseguir limpá-las."
Falando assim, direto para a câmera e sem especificar quem seriam "vocês", Cho Seung-hui, o assassino de 32 pessoas da Universidade Técnica de Virgínia, nos Estados Unidos, inicia um dos 23 vídeos .
O estudante enviou uma correspondência ao departamento de jornalismo da emissora mais de 40 minutos depois de matar duas pessoas em seu primeiro ataque, e mais de uma hora antes do massacre que deixou outras 30 pessoas mortas, além dele mesmo. Em vídeos curtos Cho fala diretamente à câmera. Segundo o diretor da NBC, ele não cita nomes, mas fala por algum tempo sobre religião e seu ódio à riqueza. Há também fotografias e um CD-Rom com vídeos e mais de cem linhas de texto do manifesto.
A produção dos vídeos indica que Cho vinha trabalhando no pacote a algum tempo, pois além de ter demorado para gravar todos os vídeos, ele os quebrou em fragmentos incluídos entre os parágrafos do texto que ele enviou.
O pacote incluía fotografias em que ele aparece em locais diferentes. Em algumas delas, ele aparece portando armas similares às usadas no massacre. Outras o mostram segurando uma faca ou posando ao lado de balas alinhadas numa mesa.
Segundo o âncora de TV da rede, Brian Williams, o material pode ser descrito como um "manifesto multimídia". Segundo a NBC, no vídeo Cho fala direto à câmera e faz menção ao massacre dizendo que "isso não precisava acontecer".
Pelo correio
"Mais cedo hoje, a NBC em Nova York recebeu correspondência que acreditamos que tenha sido enviada por Cho Seung-hui, o assassino responsável pela tragédia em Norris Hall", informou o porta-voz policial Steve Flaherty, referindo-se ao prédio no campus, no qual o jovem sul-coreano, de 23 anos, entrou armado.
Segundo a NBC, o material recebido é "perturbador, violento e raivoso", um longo e desarticulado manifesto de difícil compreensão. O pacote foi entregue imediatamente às autoridades norte-americanas, que ainda não revelaram seu conteúdo completo. A correpondência continha várias fotografias, vídeos e textos escritos.
Veja vídeo no YouTube
O atirador Cho Seung-hui, de 23 anos, teve problemas com a segurança da Universidade Técnica da Virgínia, em 2005. Na ocasião, os seguranças foram chamados por duas mulheres que disseram estar sofrendo assédio do sul-coreano.
O chefe de polícia do campus, Wendell Flinchum, contou que, na época, duas estudantes denunciaram à polícia da universidade a conduta de Seung-Hui. Elas, porém, não apresentaram queixas formais, mas depois das denúncias o caso de Cho foi transferido ao sistema disciplinar da universidade.
Um colega de Cho advertiu que temia um suicídio e a polícia decidiu enviá-lo a um psicólogo. Em seguida, o sul-coreano foi internado em um hospital psiquiátrico.
"Devido à preocupação com Cho, os oficiais pediram que ele conversasse com um psicólogo. Ele foi voluntariamente ao posto policial", disse Flinchum.
"Após esta conversa com o psicólogo foi emitida uma ordem de internação temporária e Cho deu entrada em um hospital psiquiátrico", afirmou.
Todos estes fatos foram revelados na manhã desta quarta-feira (18) durante entrevista coletiva da polícia, na universidade de Virgínia. Não há registro de outras queixas contra a conduta de Cho neste sentido.
Fonte G-1
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