O elo perdido na evolução entre baleias e mamíferos terrestres é um animal do tamanho de um guaxinim e que parece um cervo, mas sem os chifres, sugere um novo estudo. Ou um rato pernalta grandalhão. A criatura é chamada Indohyus, e fósseis escavados recentemente revelam similaridades cruciais entre ela e os cetáceos - baleias, golfinhos e botos, de acordo com o Portal Estadão.
Há anos que o hipopótamo é o principal candidato a parente terrestre mais próximo da baleia, por conta de semelhanças de DNA e de estilo de vida. Por conta disso, alguns cientistas se mantêm céticos quanto à nova hipótese, apresentada por um professor de anatomia que teve seu trabalho publicado na edição desta semana da revista Nature.
Mas alguns pesquisadores já haviam notado que os hipopótamos parecem ter evoluído muito recentemente, e na parte errada do mundo, para poderem ser ancestrais das baleias.
O anatomista Hans Thewissen, da Faculdade de Medicina das Universidades Northeastern Ohio, reconhece que, por fora, o Indohyus "não parece nada com uma baleia". Mas, acrescenta, quando a questão são as características anatômicas, o Indohyus "é surpreendentemente parecido" com o cetáceo, afirma.
Thewissen, que já havia publicado artigos sobre a chamada baleia anfíbia e o esqueleto da mais antiga baleia conhecida, estudou centenas de ossos de Indohyus, escavados na Índia.
O ponto chave da ligação entre o animal e a baleia é o espessamento do osso do ouvido, algo que só se vê, hoje, nos cetáceos. Um exame dos dentes mostrou que a criatura, essencialmente terrestre, passava muito tempo na água e poderia se alimentar lá, como hipopótamos e baleias fazem.
Também há um posicionamento específico de certos dentes que ligam os Indohyus às baleias primitivas, de 50 milhões de anos atrás.
"As primeiras baleias não pareciam baleias", diz Thewissen. "Pareciam um cruzamento entre porco e cachorro". Elas perderam as pernas há 40 milhões de anos. O Indohyus, nesse caso, seria uma forma ainda mais antiga e o hipopótamo, apenas um parente.
Outros cientistas dizem que a nova hipótese é engenhosa, mas que precisará passar por vários testes antes de competir com a dos hipopótamos.
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