Estudo mostra que a cirurgia refrativa feita depois dos 40 anos também libera dos óculos de leitura 6 em cada 10 hipermétropes e 90% dos portadores de miopia e astigmatismo.
O Brasil tem uma população de 45 milhões de pessoas que não enxergam bem. Para piorar a população está envelhecendo e depois dos 40 anos 90% das pessoas têm presbiopia - dificuldade de enxergar de perto decorrente da perda de flexibilidade do cristalino (lente dos olhos responsável pelo foco das imagens em diferentes distâncias chamada de acomodação pela Oftalmologia).
Resultado Ler, operar computadores e realizar tarefas que exigem visão de perto se transformam em um verdadeiro tormento. A boa nova é que a cirurgia refrativa, utilizada na correção de miopia (dificuldade de enxergar de longe), astigmatismo (falta de foco para longe e para perto), hipermetropia (dificuldade de enxergar de perto) também pode eliminar a presbiopia. Entre portadores de hipermetropia associada ou não ao astigmatismo 6 em cada 10 pacientes se livram dos óculos de leitura. Já para quem tem astigmatismo ou miopia este índice atinge 90% dos pacientes e o nível de satisfação após a cirurgia é de 95%.
Este é o resultado de um estudo inédito que acaba de ser finalizado pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto. Durante os últimos 10 meses o especialista acompanhou 512 pacientes com idade entre 40 e 55 anos que passaram por cirurgia refrativa, sendo 262 mulheres e 250 homens.
Queiroz Neto esclarece que o laser elimina a hipermetropia mantendo a necessidade de óculos de leitura em 40% dos pacientes. Quem tem astigmatismo pode se livrar do vício de refração e da presbiopia simultaneamente. Já os míopes podem ficar com um grau residual de 0,5 a 0,75 na visão de longe que permite dirigir sem óculos e ao mesmo tempo eliminar a presbiopia. O bom planejamento cirúrgico, comenta, visa dar mais autonomia no dia-a-dia, dispensando o uso de óculos em 75% das atividades. É feito com base na função visual, não na quantidade de visão o que explica o alto nível de satisfação mesmo entre pacientes com grau residual.
A cirurgia refrativa, ressalta, não elimina a causa da presbiopia que é o enrijecimento do cristalino. Retarda a necessidade de óculos de leitura por uma década ou mais, dependendo da idade e acomodação visual de cada paciente. Mas ainda assim, o procedimento que sai por 3 mil reais custa bem menos que a constante troca de óculos que muitas vezes têm um valor alto por serem multifocais.
Correção visual abre portas no mercado de trabalho
A imagem do homem super-herói que não pode se cuidar já é fantasia das histórias em quadrinhos para muitos. Segundo Queiroz Neto, hoje 49% das cirurgias refrativas são feitas por homens, índice 10% maior que há dois anos atrás. Na opinião do médico esta mudança de comportamento está relacionada não só à vaidade assumida no mundo masculino, como também ao mercado de trabalho. Isso porque, muitas atividades desqualificam profissionais que dependem de óculos ou lentes de contato para enxergar.
A maior prova disso, ressalta, foi dada recentemente pela NASA quando anunciou que passa a considerar candidatos à astronauta que tenham passado por refrativa. Além disso, afirma, as atividades que exigem o uso óculos ou máscaras de proteção são predominantemente realizadas por homens e a correção cirúrgica de erros de refração melhora muito a visão periférica e a performance no trabalho.
Visão sob medida
Queiroz Neto afirma que a avaliação pré-cirúrgica é fundamental para garantir a segurança da operação que exige uma espessura mínima de córnea para ser realizada, ausência de olho seco e doenças que comprometem a cicatrização como diabetes, lupos, AIDS e plaquetopenia. Por isso, o pré-operatório, além do exame de sangue inclui:
· Paquimetria que mede a espessura da córnea.
· Topografia corneana que mapeia a superfície da córnea
· Microscopia com contagem de células endoteliais
· Mapeamento da retina
· Perimetria computadorizada em casos de suspeita de glaucoma
· Análise de frente de onda para detecta imperfeições na superfície corneana que não são corrigidas por óculos ou lentes de contato e podem comprometer a visão noturna e de contraste.
O especialista diz que a técnica indicada depende do grau a ser corrigido, da espessura da córnea e das atividades. Para quem tem hipermetropia ou astigmatismo até 2 graus e miopia até 4 graus a técnica mais indicada é o PRK (Photo Refractive Keratectomy) em que o laser altera a curvatura da córnea através do polimento de pontos que comprometem a visão.
Como a recuperação é lenta, para quem precisa retomar as atividades de um dia para outro a melhor opção é o Lasik que corrige até 12 graus de miopia e 6 graus de hipermetropia ou astigmatismo. O especialista explica que no Lasik é deslocado um pequeno flap da porção anterior da córnea para aplicar o laser no estroma (camada posterior). Já a cirurgia personalizada permite economizar até 30% da córnea, é indicada para quem dirige muito à noite e na recuperação a qualidade visual de quem passou por traumas ou transplante de córnea. Como toda cirurgia que não exige anestesia geral, comenta, o maior risco da refrativa é a contaminação, mas por ser um procedimento rápido e o laser ter um fator esterilizante a incidência é bastante rara.
Fonte: Eutrópia Turazzi LDC Comunicação
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