Astrônomos da França, Suíça e Portugal descobriram pela primeira vez um planeta do tipo terrestre habitável em um sistema planetário extra-solar, segundo um estudo que será divulgado amanhã, 26, na revista Astronomy and Astrophysics. Segundo os cientistas, esse exoplaneta, que gira em torno da estrela anã vermrlha Gliese 581 (Gl 581) a 20,5 anos-luz de distância, é o primeiro dos cerca de 200 conhecidos até hoje a possuir ao mesmo tempo uma superfície sólida e líquida e uma temperatura próxima da encontrada na Terra. Pode ter água na forma líquida.
Reúne as características "que permitem imaginar a existência de uma eventual vida extraterrestre". Foi o que ressaltou em Paris um comunicado do Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França (CNRS), cujos três laboratórios associados participaram da descoberta, com pesquisadores do Observatório de Genebra e do Centro de Astronomia de Lisboa.
A temperatura média dessa super-Terra se situa entre zero e 40 graus Celsius, o que permite que haja a presença de água líquida em sua superfície, de acordo com o principal autor do estudo, Stéphane Udry, de Genebra. Além disso, seu raio seria 1,5 vez o da Terra, o que indicaria "ou uma constituição rochosa (como na Terra), ou uma superfície coberta de oceanos".
A gravidade em sua superfície é 2,2 vezes a da superfície da Terra e sua massa muito fraca, cinco vezes a da Terra. Descoberto com o telescópio Harps, de 3,6 metros, do Observatório Espacial Europeu (Eso) da Silla, no Chile, esse planeta orbita em 13 dias em torno da estrela Gliese 581, da qual está 14 vezes mais próximo do que a distância da Terra para o Sol.
Anãs vermelhas estão entre as estrelas mais comuns na Via Láctea das 100 estrelas mais próximas, 80 pertencem a essa classe. Como emitem menos luz, são alvos ideais para a busca de planetas de pequena massa que possam conter líquido
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