Os russos, às vésperas do 90 aniversário da Revolução de Outubro de 1917, não deixam de debater a questão de enterramento do corpo embasamado do líder revolucionário Vladimir Lenin que encontra-se no Mausoléu na Praça Vermelha em Moscou desde 1924.
O administrador do Kremlin, Vladimir Kojin, acredita que ainda é cedo para planejar qualquer mudança do corpo .
"Estou convicto de que, por enquanto, nada deve ser tocado. Acabamos de começar a nos afastar da Revolução, das intermináveis batalhas políticas e o país acaba de começar a viver normalmente", afirmou Kojin em entrevista publicada hoje pelo jornal "Rossiskaya Gazeta".
"Assim que abordarmos este tema espinhoso, levantará uma onda por todo o país, que alcançará nossos pais, avôs e avós. Seria conveniente a quem? A ninguém", disse.
Por outro lado, ele alegou que a existência de uma necrópole em "pleno centro do país" é um "disparate". No entanto, a decisão sobre se o corpo do líder da Revolução de 1917 "deve continuar ou não" no local teria que ser tomada em âmbito nacional, afirmou o administrador do Kremlin.
Kojin acredita que a melhor forma poderia ser a realização de um plebiscito. "Se 80% dissessem que o corpo de Lenin deveria ser sepultado, então seria preciso tomar alguma decisão. Antes, não", enfatizou.
Os pedidos para remover o corpo do líder bolchevique do Mausoléu e enterrá-lo junto com sua mãe em São Petersburgo, como ele queria, foram ouvidos pela primeira vez na época da "perestroika" de Mikhail Gorbatchov.
No entanto, nem o governo de Yeltsin, nem de Putin não decidiram resolver de uma forma radical esse problema.
Evidentemente até que está viva a geração para qual Lenin é um herói nacional e que tem o direito de se orgulhar por transformar a Rússia numa potência mundial e por vencer o fascismo , seria melhor deixar a questão aberta.
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