Depois do triste acidente que matou 108 pessoas na mina siberiana de Ulianovskaya, de propriedade da estatal russa Evraz, autoridades do país procederam a um exame minucioso do projeto, e nele encontraram uma série de falhas.
De acordo com o Rostekhnadzor, órgão regulador do setor industrial, o sistema de verificação de vazamentos de gás metano - o que provocou a tragédia - chamado de MineWATCH PC21, e fabricado pela companhia inglesa Davis Derby, não funcionou.
O princípio básico do sistema é emitir um alerta a partir de uma concentração de metano que ofereça risco - usualmente, considera-se que a partir de 1,5% já se tenha algum perigo. A partir daí, o sistema informa um computador central que controla a eletricidade na mina: com uma concentração elevada, a energia é desligada, e um sistema especial de ventilação é ativado.
Mineiros de Ulianovskaya dizem que o MineWATCH PC21 constatava essa concentração várias vezes ao dia, até que alguns mineiros começaram a cobrir os pontos de detecção de metano com pedaços de pano, reduzindo sua sensibilidade.
Com essa prosaica besteira, era evidente que o sistema tinha sua sensibilidade reduzida, e um acidente como o da última semana acabou acontecendo.
Técnicos da Davis Derby estão na Rússia investigando, ao lado das autoridades do país, o acidente; o grupo ainda está inspecionando outras vinte minas que fazem uso do MineWATCH PC21, buscando convencer os mineiros de que jogar panos velhos em cima de um avançadíssimo sistema de prevenção de acidentes não é legal.
Só por curiosidade: a aquisição do sistema custou à Evraz, dois anos atrás, US$ 3,9 milhões; outros US$ 15,5 milhões foram gastos em sua implantação.
Fonte Geólogo
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