Ministério da Energia Atómica da Rússia (Rosatom) anunciou ontem (12) oficialmente o adiamento, da entrada em funcionamento da central nuclear que está a construir em Busher, no Irão, que estava marcada para próximo Setembro.
A Rússia alega que o problema é contratual e de pagamento: os iranianos estão com pagamentos atrasados. «Pode-se explicar eternamente a causa do adiamento da construção com a falta de financiamento, mas o facto é que sem dinheiro é impossível construir. Por conseguinte, os nossos parceiros iranianos não devem ficar surpreendidos com o adiamento da entrada em funcionamento da Central Nuclear de Busher», declarou Serguei Novikov, porta-voz do Rosatom, numa conferência de imprensa, em Moscovo.
Teerão comprometeu-se, em Setembro de 2006, a pagar à Rússia cerca de 25 milhões de dólares por mês, mas, segundo Novikov, «em 17 de Janeiro deste ano, os pagamentos foram suspensos por parte dos iranianos».
Os iranianos acusaram o governo russo de se submeter à pressão da comunidade internacional. Na semana passada, técnicos russos e iranianos estiveram reunidos em Moscovo para tentar resolver o problema, mas as conversações fracassaram. A reunião passou hoje (13) para Teerão, mas, por enquanto, não há notícia de resultados.
«Se o financiamento está atrasado em dois meses, o gráfico de construção deve sofrer um atraso comparável», concluiu Novikov.
Quanto ao fornecimento do combustível nuclear, deve ser feito seis meses antes da entrada em funcionamento da Central de Busher, mas este processo também vai ser adiado. É que as autoridades iranianas têm dívidas não só em relação à Rússia, mas também para com terceiros países que fornecem tecnologia para a Central Nuclear, o que está a dificultar ainda mais a chegada a uma solução.
Teerão tenciona discutir a situação criada em torno da Central de Busher numa reunião da Comissão para a Segurança Nacional e Política Externa, convocada com urgência.
Mas muitos analistas acreditam que, com a ONU considerando o Irã como um país que viola suas obrigações internacionais, seria inviável prosseguir com o acordo.
Fonte: Diário de Notícias/Lusa
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