O ex-primeiro-ministro russo, Yegor Gaidar, que foi afetado por uma doença misteriosa, depois de sair de uma clínica em Moscou, nega comentar seu envenenamento, mas a sua opinião em relação á situação em geral ele expressou num artigo publicado nesta quinta-feira no jornal Financial Times.
Gaidar escreveu que inimigos do Kremlin provavelmente tentaram matá-lo durante uma viagem a Dublin no mês passado, em ação que ele comparou a um "thriller político".
"Encontrei-me envolvido em uma sucessão de eventos que lembram um thriller político", notou Gaidar, 50, ex-premiê e que agora é um influente acadêmico.
Ele desmaiou durante uma conferência em uma universidade irlandesa no dia 24 de novembro, um dia depois da morte por envenenamento do ex-agente Alexander Litvinenko.
"Quem me socorreu quando eu estava caído me viu sangrando pelo nariz, com sangue e vômito saindo de minha boca. Eu estava pálido e inconsciente. Parecia que estava morrendo", disse Gaidar, que afirmou ter começado a sentir-se mal depois de comer fruta e tomar chá no café da manhã.
Na manhã seguinte, ele recobrou a consciência e saiu do hospital. Ele voltou para a Rússia, onde passou por tratamento.
Segundo o porta-voz de Gaidar, os médicos russos responsáveis pelo tratamento disseram que a doença provavelmente foi causada por um fator tóxico, mas não usaram o termo "envenenamento" -- apesar da suspeita de Gaidar.
"Umas das explicações possíveis que uma mente não profissional inevitavelmente encontra nesta situação é envenenamento", disse. "Se foi tentativa de assassinato, foi por causa de política."
"Rejeitei a idéia de cumplicidade da liderança russa quase imediatamente. Depois da morte de Alexander Litvinenko, no dia 23 de novembro, em Londres, outra morte violenta de um russo famoso no dia seguinte é a última coisa que as autoridades russas gostariam de ver."
"Provavelmente isso significa que alguns adversários ocultos e óbvios das autoridades russas estão por trás das cenas neste caso -- aqueles interessados em mais deterioração radical das relações entre a Rússia e o Ocidente."
Com Reuters
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