O presidente Vladimir Putin, convocou no domingo uma reunião do Conselho da Segurança do seu gabinete para discutir a crise diplomática com Geórgia. A condenação de quatro oficiais russos a prisão preventiva num tribunal de Tbilissi por "espionagem" está a agravar ainda mais a perigosa crise diplomática entre a Geórgia e a Rússia, que chamou para consultas o seu embaixador e evacuou quase todo o pessoal da representação diplomática. No local ficaram apenas dois diplomatas e alguns seguranças.
Putin acusou a Geórgia de comportar-se como a polícia secreta de Stalin. "É completamente evidente que tentam beliscar dolorosamente, provocar a Rússia. Isto deve ser claro para todos. E, pelos vistos, os que fazem isso, consideram que a direcção anti-russa da política externa corresponde aos interesses do povo georgiano. Mas penso que não é assim disse Putin na televisão, em seu primeiro comentário público sobre a crise. O presidente russo descreveu as ações da Geórgia como "sinal do legado político de Lavrenty Beria, tanto no interior do país quanto na arena internacional". Béria dirigia o Serviço de Inteligência Soviética (NKVD, antecessora da KGB) e foi o responsável pela execução de milhares de pessoas com suspeita de oposição a Stalin.
Presidente confirmou que as tropas russas do contingente de paz aquarteladas na Geórgia vão se retirar, desmentindo as afirmações dos altos funcionários do ministério da Defesa, que na véspera comunicaram a suspensão da medida.
"Sim, confirmamos isto", declarou responsável do serviço de imprensa do Kremlim, Aleksei Gromov, do sobre a retirada das tropas russas da Geórgia, que continua "conforme previsto".
Segundo o acordo intergovernamental a retirada das tropas russas da Geórgia termina no fim de 2008. O presidente russo criticou ainda os "patrocinadores estrangeiros" dos dirigentes georgianos. O líder russo se refere aos Estados Unidos e à NATO.
Rússia recorreu ao Conselho de Segurança da ONU, exigindo que condenasse as acções da Geórgia. Mas os EUA bloquearam a resolução, a pretexto de que o conflito deve ser resolvido a nível bilateral.
"Os EUA consideram-se amigos tanto da Rússia, como da Geórgia e, na discussão, prefiro ocupar a posição de observador externo", declarou Sean Mackormac, do Departamento de Estado . Por seu lado a NATO (organização do Tratado do Atlântico Norte) em 21 de setembro decidiu iniciar um "intenso diálogo" com a Geórgia.
Pravda.ru
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