Celso Brant, ser de outra esfera, gênio e santo, homem de amor incondicional e devocional ao Brasil, inconfidente pós-moderno, um dia me relatava, emocionado, o martírio e entrega do partido criado por ele, o PMN - Partido da Mobilização Nacional - por qual disputou a presidência da República em 1989, por seus homens de confiança. Depois, sentenciou:
- O poder não corrompe as pessoas Petrônio, apenas revela o corrupto que existe dentro delas...
A igreja católica vem agora, em plena luz do dia, revelar aqueles que a enganaram com um beijo da sedução. Durante o lançamento da 42ª Campanha da Fraternidade, o secretário-geral da CNBB, dom Odilo Pedro Scherer, defendeu a revisão da política social e econômica, com redução das taxas de juros. Medidas que são 'indispensáveis para superar a pobreza e corrigir o desnível entre ricos e pobres'.
O crescimento pífio do país de 2,3% em 2005, o pior da América Latina, ganhando apenas do Haiti, que está em guerra e sem presidente, vem apenas aferir o peso da mão da traição, que nós rouba até o último tostão. Nunca, em toda história republicana brasileira, os bancos lucraram tanto quanto na era Lula, superando, e muito, todo o governo FHC, que Lula e o PT tanto prometeram mudar.
Mudaram sim, mas para pior, para muito pior.
Nos jornais lemos o crime de lesa pátria, a traição encarnada, aferindo que "nos três anos do governo companheiro, os bancos lucraram R$ 44,1 bilhões, mais do que em oito de FHC: R$ 34,4 bilhões". "O lucro dos bancos nos três anos do governo Lula foi 42% maior em termos reais do que o dos três últimos anos do governo Fernando Henrique Cardoso". "A alta dos juros no governo Lula, é superior à média de FHC. Nos três últimos anos do governo FHC, a média da Selic foi de 18%. No governo Lula, a média dos três anos ficou em 19,6%. Os juros altos são uma boa fonte de receita das instituições financeiras". E Lula ainda quer a reeleição para terminar de pagar a fatura com o dinheiro do povo, do trabalhador, daqueles que ele abandonou no frio e na chuva, ao relento e sem esperança.
Sabendo de toda incoerência e incompetência do governo Lula, o caótico, dom Odilo, com o semblante frustrado, como se terminasse uma prece, declarou que "a Igreja pretende ser porta-voz de quem não tem voz"... Bom, a igreja e a CNBB deram voz a Lula, deram voz ao PT, e o que eles fizeram depois que chegaram ao poder foi isso aí: deram voz a quem sempre quis e quer calar a igreja, quem quer calar e aprisionar a voz do povo...
Petrônio Souza Gonçalves jornalista e escritor E-mail: [email protected]
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