Afeganistão e Iraque apresentam realidades similares: os norte-americanos investem maciçamente no poder militar enquanto o povo é duramente sacrificado.
Em ambos os países a promessa inicial era de libertação. A realidade é contundente. Tudo não passa de um grande jogo de cena, patrocinado pelas nações unidas ou os invasores.
Os donos do mundo ultrapassam todos os limites para sufocarem, torturarem, exterminarem afegãos e iraquianos. O contraponto agressivo é a proteção do resto do mundo para tanta barbárie.
No Afeganistão as nações unidas consentiram com seu apoio formal, legalizando o assalto. No Iraque predomina a ilegalidade. Ambas as situações, totalmente divergentes, não alteram a política atroz do assassinato oficializado.
O mundo permanece calado e omisso. Os historiadores vão justificar as causas e efeitos. A humanidade prova mais uma vez sua loucura.
As armas de destruição em massa (weapons mass destruction) continuam sendo fabricadas pelos donos do mundo. É a forma encontrada para subjugar qualquer pretenso candidato à liberdade.
Os Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a Rússia e a China podem fabricar livremente seus arsenais. Os demais são policiados, fiscalizados e limitados. Por que dois pesos e duas medidas para o mesmo tema?
Uma boa tentativa de resposta seria argumentar que os norte-americanos respeitam os direitos humanos, observam as convenções de Genebra, e fazem tudo para que o mundo seja um lugar cada vez melhor, mais harmônico, mais pacífico. O mundo inteiro assiste o belo comportamento de Bush e seus asseclas.
Fica a dúvida se a propaganda é capaz de alterar a realidade. Dizem que os modernos efeitos de maquiagem são extraordinários.
De fato, a humanidade está só. As pessoas preferem cruzar os braços, tampar os ouvidos, fechar os olhos e continuar vivendo sem se incomodar com as estripulias dos donos do mundo.
O povo do Afeganistão e Iraque foi jogado na lata do lixo. Percebam que funcionam como duas democracias exemplares, comemoradas festivamente por Washington. Karzai e Talabani foram eleitos livremente.
A democracia moderna possui um novo sentido: é um regime imposto pelos donos do mundo. Tudo funciona em conformidade com a vontade dos dominadores. O povo é sempre um coitado.
Quem é o próximo da lista? O Irã? A Síria? A Coréia do Norte?
Onde se esconde Kofi Anan? O que significa terrorismo? Será que é quem mete medo no resto do mundo? Ou quem possui bombas e mais bombas para serem explodidas por aí afora? Alguém salve o lixo.
Orquiza, José Roberto escritor [email protected]
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