Não entendemos muitos fatos, principalmente da Natureza, e insistimos em achar explicações.
O problema existencial é o mais discutido e controvertido. Estamos vivos, pensamos, indagamos. Nada mais normal. Todos buscamos, certos ou errados, a razão da nossa existência. A começar pela origem do Universo, que tem tantas explicações.
A mais discutida, no momento, é a famosa da grande explosão, o big bang. Matéria condensada no cosmo, possuindo energia, uniu-se através dos milênios infindáveis e terminou por explodir, dando origem ao universo.
Complicado, isso. Ninguém prova coisíssima alguma, mas astrônomos e físicos tecem teorias sucessivas. Cada um apresentando suas provas, que na verdade, não convencem ninguém.
As buscas são válidas. Mas a especulação, por mais científica que pareça, é sempre duvidosa. Nenhum cientista, seja qual o seu valor, conseguiu explicar nossa origem.
Quando a ciência é impotente, entram com muita força a filosofia e a religião.
O universo foi criado por Deus, segundo o Antigo Testamento. Acreditar nisso é tão difícil como no big bang. E ainda pode-se arrematar com duas perguntas terríveis. O que estaria fazendo Deus quando o universo não existia? Quem criou Deus?
A famosa resposta Deus sempre existiu só convence aos mais crédulos, cuja aceitação no espiritual religioso é muito grande. O homem sofre, diante tal realidade. Trata-se de um problema de Fé. Aqui o assunto parece ser bem mais simples. Se embarco num avião com destino a Lisboa, acredito que seja lá que vou desembarcar. Seria, neste caso, uma fé.
Cruel o problema. Na verdade, não sabemos quem somos.
A melhor atitude, diante tantas indagações e sofrimentos, é viver dentro da maior dignidade possível.
Os justos não são apenas filhos de Deus. São Ele mesmo, e é preciso que isto seja reconhecido.
Aqui, o sofrimento encontra-se com a grandeza.
Jorge Cortás Sader Filho é escritor
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