Nesta segunda-feira (04) começou no Tribunal da Figueira da Foz o julgamento do serial killer de Santa Comba Dão , António Costa , de 53 anos . Casado, pai de dois filhos, católico fervoroso e ex-cabo da GNR, disse hoje na primeira sessão do julgamento: «Não sou psicopata, não sou nenhum serial killer e muito menos um tarado sexual».
O suspeito dos homicídios explica que só confessou os crimes depois de oito horas de interrogatório na Polícia Judiciária. António Costa diz que foi «torturado» e «coagido» para o obrigarem a dizer «a verdade». Um inspector terá mesmo apontado a arma de serviço para o obrigar a falar.
Toi, como era tratado pelos conhecidos, é acusado da morte de Mariana, de 18 anos e de Isabel Cristina e Joana, ambas de 17 anos. Segundo Almeida Rodrigues, sub-director nacional da Polícia Judiciária, o homicida "não iria parar".
Para além dos crimes de homicídio qualificado, ocultação e profanação de cadáver e coacção sexual, o arguido vai responder também por um crime de denúncia caluniosa, por ter acusado um tio de uma das vítimas de ter sido o autor das mortes. À chegada ao tribunal, o arguido, que viu o seu pedido de julgamento à porta fechada ser negado, foi insultado pelas pessoas que já se encontravam no local.
Quando foi preso, em Junho do ano passado, António Costa confessou a autoria dos três homicídios mas acusa agora a Polícia Judiciária de o ter agredido e coagido a confessar os crimes.
António Costa conhecia as vítimas e chegou a participar nas buscas. Com Isabel Cristina terá chegado a ter relações sexuais consentidas mas, quando a jovem ameaçou fazer queixa à GNR por violação, Costa agrediu-a e tentou sufocá-la. A autópsia concluiu que a vítima estava ainda viva quando foi lançada à água, do alto de uma falésia. O corpo foi encontrado no porto da Figueira da Foz.
Mariana e Joana foram mortas com um intervalo de seis meses e terão sido ambas surpreendidas junto à casa de António Costa. Segundo a confissão, as raparigas aceitaram ir com ele a uns barracões no meio do mato. Tentaram fugir quando ele tentou beijá-las mas não conseguiram. As autoridades encontraram vestígios das vítimas no carro e em casa de António Costa.
O corpo de Mariana apareceu desmembrado no rio Mondego. O corpo de Joana estava perto mas apenas foi encontrado com as indicações do homem que as terá assassinado.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter