Edith Stein e a pedagogia
Edith põe em questão o potencial de adoecimento para o ser humano, decorrente da perspectiva epistemológica de uma determinada teoria. Considero essa questão importantíssima, pois vemos na situação clínica modos de subjetivação e sofrimentos decorrentes da psicologização da cultura.
Por Gilberto Safra
Ele é útil por diversas razões:
Edith põe em questão o potencial de adoecimento para o ser humano, decorrente da perspectiva epistemológica de uma determinada teoria. Considero essa questão importantíssima, pois vemos na situação clínica modos de subjetivação e sofrimentos decorrentes da psicologização da cultura.
Essa autora, por ter sido uma pesquisadora importante no campo da fenomenologia, descreve de modo bastante rigoroso o modo humano de ser. Como psicanalistas estamos acostumados a abordar a situação clínica por modelos antropológicos mecânicos, hidráulicos, geométricos etc. A contribuição de Stein amplia o olhar clínico, sem precisar que se afaste do modo como o ser humano acontece.
Ela reposiciona o conceito de empatia. Habitualmente vemos a empatia como uma função psíquica. Edith mostra a empatia como fenômeno constitutivo da subjetividade humana. Essa perspectiva permite que se reveja os fenômenos da transferência, contratransferência, identificação projetiva, etc.
Em suas pesquisas ela aborda a corporeidade humana, nos auxiliando a compreender de maneira profunda a linguagem dos órgãos e os fenômenos psicossomáticos.
Edith demonstra fenomenologicamente o registro do espírito no ser humano, como algo não só ligado à razão, mas à abertura para o sentido. Perspectiva que tenho considerado bastante fecunda para abordar-se na clínica o sofrimento como saber (diálogo com Bion).
Gilberto Safra