Uma nova descoberta astronômica está desafiando as fronteiras do conhecimento sobre os confins do Sistema Solar. Cientistas do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália (INAF) anunciaram a detecção de um objeto transnetuniano com características incomuns: o 2017 OF201, um corpo celeste que segue uma órbita extremamente excêntrica e inclinada, muito além da órbita de Netuno.
A revelação foi publicada oficialmente no dia 26 de maio de 2025 pelo portal científico italiano Media INAF, com base em observações feitas ao longo de seis anos por telescópios localizados no Havaí, Chile e Espanha. O objeto foi detectado inicialmente em 2017, mas somente agora, com o acúmulo de dados orbitais, foi possível confirmar sua trajetória e classificá-lo entre os corpos extremos do Sistema Solar.
O 2017 OF201 apresenta uma órbita com periélio (ponto mais próximo do Sol) a 37 unidades astronômicas (UA) e afélio (ponto mais distante) além de 300 UA. Isso significa que o corpo leva milhares de anos para completar uma volta completa ao redor do Sol. Além disso, a inclinação de sua órbita em relação ao plano do Sistema Solar é de mais de 38°, o que o torna ainda mais peculiar.
Esse tipo de configuração orbital sugere que o objeto pode ter sido influenciado por forças gravitacionais desconhecidas — como a possível presença de um nono planeta ainda não identificado, ou interações com estrelas que passaram próximas no passado distante do Sistema Solar. A teoria do Planeta Nove, que propõe a existência de um corpo massivo e distante além de Netuno, volta a ganhar força com descobertas como essa.
Segundo os astrônomos envolvidos na pesquisa, o 2017 OF201 faz parte de um grupo seleto de objetos conhecidos como ETNOs (Extreme Trans-Neptunian Objects), cuja origem e comportamento orbital ainda são pouco compreendidos. Estudar esses corpos pode oferecer pistas valiosas sobre os primórdios do Sistema Solar e sobre as forças que moldaram sua arquitetura atual.
A descoberta também destaca a importância da vigilância contínua das regiões externas do Sistema Solar. Avanços tecnológicos nos sistemas de detecção e no processamento de dados orbitais estão permitindo identificar corpos cada vez mais distantes e sutis, que escapariam dos radares há apenas uma década.
Para os cientistas, o estudo de objetos como o 2017 OF201 é uma forma de testar limites da física gravitacional e explorar possibilidades até então restritas à teoria. Cada nova descoberta nesse campo amplia o nosso entendimento não apenas do Sistema Solar, mas da própria dinâmica dos sistemas planetários no universo.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter