Estudo mostra que 7 em cada 10 óculos de grau não têm filtro solar. Falta de proteção antecipa doenças nos olhos. Saiba come escolher seu solar.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 20% dos casos de catarata são causados pela falta de proteção solar. A doença, maior causa de cegueira tratável no mundo, é uma resposta à formação de radicais livres que opacifica o cristalino, lente do olho que projeta as imagens na retina.
Se depender dos hábitos do brasileiro pode ter uma incidência bem mais alta que a estimada pela OMS. Isso porque, uma pesquisa feita com 223 pacientes com mais de 50 anos pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, mostra que os óculos de grau de 7 em cada 10 entrevistados não têm filtro solar.
O levantamento também revela que 56,7% dos participantes desconhecem os danos que a radiação UV (ultravioleta) emitida pelo sol pode causar aos olhos. Quando o assunto é pele, 70% afirmaram usar filtro solar.
Doenças causadas pela radiação UV
O médico esclarece que além da catarata, a radiação provoca na retina a degeneração da mácula, parte central responsável pela visão de detalhes apontada como a maior causa de cegueira definitiva no mundo.
Ele diz que a falta de proteção também resseca a lágrima e pode causar fotoceratite, uma inflamação da camada externa da córnea que provoca vermelhidão e sensação de areia nos olhos. "Geralmente esta sensação desaparece de um dia para outro, mas muitas células morrem e podem ocorrer cicatrizes permanentes na córnea" afirma.
Nas pálpebras, ressalta, podem ocorrer manchas de senilidade e até câncer. A falta de proteção UV no verão também aumenta os casos de pterígio, membrana que cresce na conjuntiva em direção à córnea, confundida com catarata por muitas pessoas. Ainda na superfície do olho o especialista diz que radiação UV faz surgir lesões pré-malignas e cancerígenas que têm a mesma aparência do pterígio.
Mulheres têm olhos mais sensíveis
Queiroz Neto afirma que os olhos da mulher sofrem mais com a falta de proteção. Isso porque têm mais propensão à fotofobia, aversão à luz, que pode estar relacionada ao uso de pílula anticoncepcional e à menopausa que aumenta o olho seco. Além disso, outro estudo feito por Queiroz Neto mostra que a incidência de catarata na mulher é 30% maior por contra do estresse oxidativo mais intenso entre elas. A boa notícia é que os óculos baratos de boa procedência também oferecem proteção. É o que aponta uma análise da Proteste, entidade de defesa do consumidor, feita no final do ano passado. Das 11 marcas analisadas, só a pirata, não oferecia proteção UV. A análise mostra que até a mais barata das marcas, Chilli Beans, na época vendida a R$ 118 apresentava boa proteção UVA e UVB.
De acordo com Queiroz Neto uma forma de verificar se os óculos têm boa proteção é checar na ótica se têm a certificação ABNT NBR ISO 15111 que regulamenta os solares vendidos no Brasil desde 2004.
Como escolher os óculos de sol
Segundo Queiroz Neto, bons óculos escuros ajustam a quantidade de luz que chega aos olhos sem alterar a visibilidade. Até os 10 anos de idade, período em que a visão está sendo moldada, o ideal é proteger os olhos com chapéu ou boné, e retirar as crianças do sol no horário de pico da radiação, entre 10 e 16 horas.
Para o dia a dia as melhores cores elencadas pelo médico são:
Eutrópia Turazzi
LDC Comunicação
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