Correm o risco de cegar entre 15 a 20 mil diabéticos portugueses, uma consequência previsível da doença, mas que não é acompanhada por rastreios e tratamentos urgentes, estando os pacientes sujeitos a esperar um ano para ir à consulta e, mais tarde, meses por um tratamento laser, escreve Diário Digital.
De acordo com a edição desta segunda-feira do Diário de Notícias, o alerta foi lançado por vários especialistas em medicina geral e familiar em quase todo o País, mas também por oftalmologistas de unidades hospitalares. «Há casos graves à espera de rastreio em conjunto com rastreios de rotina e primeiros rastreios», alerta o coordenador do Programa Nacional para a Saúde da Visão, Castanheira Dinis.
O também director do Instituto Gama Pinto admite que casos graves são misturados com consultas de rotina, mas adianta que está a ser trabalhada uma forma de os distinguir para criar prioridades. Apesar disso, acredita que «já se salvam mais pessoas da cegueira» e que «há mais controlo da diabetes entre os portugueses».
No instituto que dirige, em Lisboa, o cenário é mais leve, uma vez que «o atendimento é preferencial a diabéticos». Luísa Santos refere que o tempo de espera «está entre os três e os seis meses» e o tratamento, garante, é feito logo que identificadas as lesões indicadoras de retinopatia diabética.
No Algarve, segundo fontes dos hospitais de Faro e Barlavento Algarvio, o número de oftalmologistas é reduzido, não passando de meia dúzia de médicos. A região optou por estabelecer protocolos com centros de saúde para fazer os rastreios, porém, tratar as eventuais lesões pode demorar um ano.
O cenário é semelhante no Alentejo, onde «até há máquinas para rastreio, mas não existe resposta a tratamentos», de acordo com Rosa Galego, médica na mesma área. A zona centro, exemplo reconhecido por ter um excelente programa de rastreio, tem resultados positivos, com as consultas de retinopatia diabética a demorar três meses. A situação, contudo, não é tão positiva para aqueles que entram na consulta geral, que podem esperar nove meses a um ano.
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