Na segunda-feira a Rússia cortou ontem 25% do envio de gás da Ucrânia, abrindo nova crise energética que pode afetar o abastecimento da Europa. O corte, o segundo em dois dias de disputa em Moscou, já havia feito um de 25%-, vem em meio a acusações do Kremlin de que Kiev deve US$ 600 milhões à estatal russa Gazprom. A Ucrânia negou ter dívidas.
Os temores da Europa - que depende do território da Ucrânia para o transporte de um quarto de seu abastecimento de gás - aumentaram ontem após comunicado da empresa estatal ucraniana Naftogaz, afirmando que poderia desviar gás europeu para suprir a demanda nacional. "A Naftogaz declara que garantirá abastecimento ininterrupto para os consumidores europeus até o momento em que a segurança energética da Ucrânia for ameaçada". Após a UE manifestar sua preocupação, a empresa afirmou que ainda tem reservas substanciais e, portanto, não teria necessidade de interromper por enquanto o envio de gás.
Apesar de um quarto do gás importado pela Ucrânia ter origem russa, o restante - vindo de países como Turcomenistão e Casaquistão - é enviado por gasodutos controlados pela Gazprom. Para analistas, a nova crise com a Ucrânia - em 2006 o abastecimento europeu chegou a ser afetado - põe em xeque a credibilidade da estatal russa como principal exportadora de gás para o continente.
"A longo prazo, isso pode ter um impacto sobre as preferências dos consumidores europeus, que começarão a procurar outras alternativas à Gazprom" disse Pavel Kushnir, analista do setor de gás do Deutsche Bank, de acordo com as informações de AP E REUTERS.
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