O único lado positivo da sentença por caso dos atentados de 11 de Março de 2004, em Madrid é ter afastado completamente a tese de autoria da ETA e ter considerado que foi um ataque islamista, considera Pilar Manjon, presidente da "Associação 11-M Vítimas do Terrorismo" e mãe de um jovem de 20 anos que morreu no ataque.
As vítimas e familiares das vítimas do 11-M estão desiludidas com a sentença aplicada aos arguidos. Sete dos 28 suspeitos foram absolvidos e, entre os 21 condendados, apenas três tiveram penas máximas. Assim, por considerarem o veredicto brando, vão recorrer do mesmo. Mas o primeiro-ministro espanhol considera que "a justiça foi feita", segundo SIC.
"Vamos recorrer contra este erro. Não gosto de ver assassinos a sairem em liberdade", disse Pilar Manjon.
É possível que a frase do primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero, ainda venha a enfurecer mais as associações de vítimas e familiares. "A justiça foi feita e sobre esta justiça temos de seguir adiante fortalecendo a convivência", disse o chefe de Governo em relação à sentença; esperando que as vítimas sintam "algum conforto e alívio".
"A minha vida ficou destruida naquele ataque, que me condenou e ao meu marido a uma pena perpétua; mas estas pessoas saem agora em liberdade", disse, pelo contrário, Isabel Presa, que perdeu o filho mais novo nos atentados.
A referência faz-se, sobretudo, à absolvição de "Mohamed, O Egício", considerado o mentor dos ataques e que está preso em Itália por ser membro de um grupo terrorista. Mas o facto de outros seis arguidos terem sido ilibados, e apenas três dos principais supeitos terem penas máximas, causou bastante consternação.
Lista de julgados
Emilio Suárez Trashorras : considerado um colaborador necessário no caso dos 191 homicídios terroristas e tentativas de homicídio. 25 anos de prisão por cada um dos homicídios. Aplicou-se a atenuante anomalia psíquica.
Jamal Zougam : condenado por 191 homicídios e 1.856 tentativas de homicídio. 30 anos de prisão por cada um dos homicídios, 20 anos por cada uma das tentativas e 12 anos por pertencer a uma organização terrorista.
Otman El Gnoui : condenado por 191 homicídios e 1.856 tentativas de homicídio. 30 anos de prisão por cada um dos homicídios, 20 anos por cada uma das tentativas e 12 anos por pertencer a uma organização terrorista.
Rafa Zouhier : 10 anos de prisão por ter sido um importante colaborador na obtenção dos explosivos.
Rabei Osman, 'Mohamed El Egipcio' : absolvido. Condenado a 10 anos de prisão por pertencer a uma organização terrorista em Itália (reduzidos na semana passada a 8 anos). Seguiu a leitura da sentença por videoconferência a partir de Milão. O Ministério Público tinha pedido mais de 30 mil anos de prisão por considerá-lo um dos cérebros dos atentados.
Hassan El Haski : condenado a 15 anos de prisão por pertencer a uma organização terrorista. Era acusado pelo Ministério Público de ser um dos cérebros dos atentados.
Youssef Belhadj : condenado a 12 anos de prisão por pertencer a uma organização terrorista. Era acusado pelo Ministério Público de ser um dos cérebros dos atentados.
Carmen Toro (mulher de Trashorras), Antonio Toro (irmão de Carmen Toro), Emilio Llano , Javier González Díaz , Iván Granados os irmãos Moussaten absolvidos de todas as acusações
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