As nações européias envolvidas nas negociações sobre o programa nuclear iraniano estudam oferecer um reator de água-leve como parte dos incentivos para persuadir Teerã de desistir de seu programa de enriquecimento de urânio, informou nesta terça-feira um diplomata próximo as conversações. Os planos de dissuasão continuam sendo discutidos entre França, Grã-Bretanha e Alemanha, e será apresentado nesta sexta-feira aos representantes dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O diplomata pediu para que seu nome não fosse revelado.
Na capital britânica, funcionários do governo confirmaram que a oferta está entre as opções discutidas, mas disseram que qualquer sugestão de que ela será apresentada como parte dos pacotes de incentivo é prematura. Um reator de água-leve tem menos possibilidades de ser usado na proliferação de armamentos nucleares do que as instalações de água-pesada que atualmente vêm sendo construídas pelo governo iraniano na cidade de Arak.
Ainda assim, reatores de água-leve não podem ser considerados uma prova de não proliferação, pois utilizam urânio enriquecido como combustível.
Recentemente, o Irã anunciou a produção de urânio enriquecimento em baixa escala. As preocupações relativas à finalidade do programa nuclear iraniano aumentaram na última semana depois que inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) descobriram traços de urânio enriquecido a níveis superiores aos utilizados como combustível em uma antiga unidade de pesquisa ligada aos militares iranianos.
O medo de que o programa de enriquecimento de urânio iraniano possa ter como objetivo a produção de armas está no centro das tentativas de dissuadir Teerã de produzir o combustível dentro do país. Por isso, qualquer oferta européia terá como condição a rejeição dos planos de enriquecimento de urânio por Teerã - algo que o Irã têm repetidamente rejeitado.
Em Teerã, o ministro do Exterior iraniano, Manouchehr Mottaki, voltou rejeitar o princípio de um pacote de incentivos europeus para que o Irã desista de seu programa de enriquecimento. "Qualquer demanda pela suspensão de nossas atividades nucleares pacíficas é ilógica e inaceitável, e com certeza será rejeitada", disse Mottaki em entrevista a TV estatal do país.
Segundo "Estadão.com.br"
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