Innsbruck: Espanha teve uma arma de destruição massiva em David Villa, que marcou o hat-trick aos 20, 44 e 74. Fabregas marcou o quarto aos 90, num fora de jogo que o árbitro não viu. Rússia no entanto proporcionou bom futebol, atacando em bloco e demonstrando capacidade de penetração, que viu uma bola no poste na primeira parte e o golo de compensação por Pavluchenko aos 86, entre outras hipóteses. Noutra tarde, o marcador não teria sido tão dilatado.
O treinador espanhol Luís Aragonês tinha dito na fase de qualificação que uma equipa com Fernando Torres e David Villa não podia ficar com o marcador em zero e estes dois avançados deram jus à alcunha fúria espanhola, causando todo o tipo de problemas à defesa da Rússia, por sua vez porosa como uma esponja.
Na primeira parte, as duas equipas apostaram num futebol de ataque. Aos 3, Sergei Semak levou a bola no flanco esquerdo, cruzando com algum perigo. Aos 8, foi a vez de Villa, da Espanha, falhar o alvo de cinco metros. Igor Akinfeev defendeu outro remate de Villa aos 14, Rússia respondendo aos 16 com um remate ao lado de Igor Semshov, duma posição perigosa.
Aos 20, 1-0 para Espanha, em contra-ataque. Torres recebeu um passe longo, trabalhou a bola na área e fez o passe de morte para Villa, que bateu Akinfeev. Aos 22, bola no poste na baliza espanhola com Iker Casillas vencido. Foi o excelente Yuri Zhirkov o infeliz, demonstrando porém que a Rússia ainda tinha soluções.
Aos 23, Akinfeev defendeu um remate certeiro de Fernando Torres e o jogo entrou numa fase de ataques construídos, nenhum dos lados criando grande perigo mas não abdicando do ataque. Aos 41, porém, Roman Pavluchenko, de livre aos 28, enviou a bola contra a barra mas o árbitro tinha apitado por falta.
Espanha fechou a primeira parte com Villa bisando, também por contra-ataque, desta vez alimentado por Andrés Iniesta.
A Rússia entrou na segunda parte com Vladimir Bystrov a substituir Dmitry Sychev. Aos 50 o remate de cabeça do novo jogador foi colhido por Casillas e os milhares de russos na multidão, apoiando vociferante a sua selecção (Rossiya! Rossiya!) ficaram com grandes esperanças.
Aragonês substituiu Torres pelo médio Cesc Fàbregas e Hiddink respondeu, tirando Semshov e enviand Dmitry Torbinsky para o campo.
Aos 57, Villa esforçou Akinfeev a mais uma defesa; Rússia respondeu com um remate de Diniyar Bilyaletdinov, que saiu ligeiramente ao lado aos 59. Aos 61, Silva, isolado, viu seu remate bloqueado pela defesa russa. O jogo voltou ao ataque-ataque.
Iniesta foi substituído por Santi Cazorla aos 62 e dois minutos mais tarde, o diabólico Villa obrigou Akinfeev a mais uma intervenção de classe. Dois minutos mais tarde, foi a vez de Anyukov tirar a bola dos pés do mesmo avançado e aos 66, Marcos Senna viu a grande qualidade do guardião russo.
Aos 68, Roma Pavluchenko começou a exibir mais perigo, chutando certeiro de uma posição de perigo (Casillas defendeu) mas estava sozinho. Bystrov, totalmente anulado, e daí retirando opções a Hiddink, foi substituído por Roman Adamov aos 69. Pavluchenko testou Casillas outra vez aos 71.
3-0, hat-trick de Villa aos 74. Recebendo um passe fundo de Fabregas, tirou Shirokov do jogo na área. Anyukov chegou dois segundos tarde demais e Villa rematou para o fundo da baliza. Alonso substituiu Silva aos 76.
A Rússia perdia por 3 bolas a 0 mas ainda não estava derrotada. Torbinsky enviou a bola ligeiramente por cima aos 79 de ponta-pé livre e aos 80, Pavluchenko rematou ligeiramente ao lado, de longe. Aos 86, o crescente perigo deste avançado russo traduziu-se em golo, enviando a bola para o fundo da rede, convertendo o canto com um remate de cabeça fortíssimo. 3-1.
Espanha tremeu, Rússia crescia.
Semak conseguiu não marcar o segundo aos 89, dentro da área e frente a Casillas, rematando à figura e em outra contra-ataque relâmpago, Espanha marcou o quarto golo fora de jogo por Fabregas.
Espanha junta-se a Holanda, Portugal e Itália (esperem para ver) como uma das grandes equipas desta prova. A jovem equipa russa sai vencida mas não derrotada. Faltam dois jogos para acertar mais nos passes e tornar a defesa mais eficaz.
Olga KUZNETSOVA
PRAVDA.Ru
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