A crise financeira está vencida no Brasil, a julgar pelos indicadores da economia nacional. Essa foi a principal conclusão da reunião realizada em Brasília, nesta terça-feira (15), pelos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES). Dados divulgados na semana passada, pela pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, revelaram reação positiva no segundo trimestre, com crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), em relação ao ano anterior.
Para alcançar esse bom resultado, o governo tomou as medidas certas para atacar a falta de crédito e impedir a recessão, como reduzir o superávit primário e abrir os cofres em um momento de arrecadação em queda, decisões que geraram muitas críticas entre os analistas econômicos. De 3,8% do PIB, a meta de superávit passou para 2,5% em 2009. Esta iniciativa liberou cerca de R$ 40 bilhões para o setor público (União, estados, municípios e estatais) gastar - em plena crise e sem perder o controle da inflação.
Ao lado disso, o Banco Central promoveu uma queda dos juros inédita no país. A taxa Selic, que mede os juros básicos da economia, despencou de 13,75% ao ano, no início de 2009, para 8,75% em julho, a mais baixa da história.
Bancos públicos - Outra medida importante para a superação da crise foi a atuação dos bancos públicos, que aumentaram o volume de crédito em cerca de 25%, enquanto os bancos privados e estrangeiros aumentaram o crédito em apenas cerca de 2%.
Graças a estas políticas, diz o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o Brasil está saindo da crise da cabeça erguida e ocupa hoje a terceira posição entre os países do G20, em termos de crescimento, atrás apenas de China e Coréia do Sul. O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a sair da crise porque seu crescimento era sólido e estava combinado com sólidos fundamentos macroeconômicos. Além disso, é importante ressaltar que o crescimento brasileiro é do tipo que gera empregos, lembra Mantega.
Presidente enviará projeto ao Congresso para institucionalizar programas sociais
Na reunião do CDES, o presidente Lula agradeceu aos conselheiros, pelas contribuições ao governo durante a crise, e ressaltou a importância de que as políticas sociais brasileiras sejam consolidadas e institucionalizadas como políticas de Estado, para que os ganhos não se percam com as sucessões de governo. A idéia é que um projeto com esse propósito seja enviado ao Congresso. A quantidade de políticas que fizemos demonstra parte do sucesso desse momento que estamos vivendo.
Tem que se andar daqui para frente, não pode andar pra trás, destacou o presidente. Para Lula, se o Bolsa Família deixar de existir, o dinheiro hoje pago aos beneficiários seria usado, por exemplo, para construir uma ponte ou estrada: Isso é mais importante do que levar comida na boca de milhões de pessoas? O presidente adiantou que fará em breve reunião com ministros da área social, para construir o projeto, que deve enviar ao Congresso ainda este ano, para que a ação não seja considerada eleitoreira. Lula pediu ainda que o Conselho trate da estruturação da cadeia do pré-sal, que será muito importante para o planejamento estratégico do Brasil.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
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