O ministro da Defesa, Nelson Jobim, em depoimento na Câmara, afirmou que é competência do Exército cooperar com órgãos públicos na execução de obras de engenharia. Portanto, segundo o ministro, a presença de militares no Morro da Providência, no Rio, é legítima, escreve JB Online.
Em 14 de junho, três jovens do Morro da Providência foram assassinados depois de terem sido entregues por militares a traficantes. Parlamentares questionam a presença de tropas do Exército no local, onde há obras do projeto Cimento Social - que recebeu R$ 12 milhões do Ministério das Cidades por meio de emenda do senador Marcelo Crivella (PRB), que é candidato a prefeito do Rio de Janeiro. Os militares estariam dando segurança aos trabalhadores do projeto.
Na semana passada, a Justiça Federal determinou a retirada dos militares do morro. O governo federal recorreu e conseguiu que a Justiça mantivesse as tropas na rua das obras. Na terça-feira, porém, a Justiça Eleitoral determinou a paralisação das obras, alegando caráter eleitoral no projeto. Com isso, o ministro Nelson Jobim anunciou que o Exército também deixaria o morro.
Nelson Jobim participa de audiência nas comissões de Direitos Humanos e Minorias; de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Na reunião, ele também informou que a empresa contratada pelo Exército para executar as obras vai suspender a partir de amanhã sua participação nos trabalhos, que foram retomados pela comunidade por meio de mutirão. O ministro informou ainda que o Exército não custeará as obras no período de embargo determinado pela Justiça.
Jobim também disse que a primeira fase da obra será retomada imediatamente, caso a Justiça assim determine. A segunda fase, porém, só seria retomada após as eleições de outubro.
- O Exército não tem nada a ver com a exploração da obra para fins eleitorais - ressaltou.
Na audiência, Jobim também relatou os depoimentos de militares no inquérito civil e disse que não houve grandes divergências entre eles.Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter