Brasil: Iniciativa para pequenas empresas

MCT lança programa de R$ 1,3 bilhão para pequenas empresas inovadoras - O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e sua agência Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) assinam hoje (26), às 11h, em Brasília, acordo com 18 incubadoras-âncora de empresas selecionadas em todo o País para operar o Programa Primeira Empresa Inovadora (Prime).
O Programa investirá R$ 1,3 bilhão nos próximos quatro anos em empresas nascentes de base tecnológica. Estarão presentes ao evento o ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e o presidente da Finep, Luis Fernandes.


"É o maior programa dos 41 anos de história da Finep", observa Eduardo Costa, diretor de Inovação da agência. Segundo ele, até 2011 o Prime deve contemplar cerca de cinco mil empresas com grande potencial de crescimento e que apostem no diferencial inovador como estratégia de competitividade. Neste primeiro edital, a Finep disponibiliza R$ 216 milhões. As incubadoras serão responsáveis pela seleção dos empreendimentos e pelo repasse da verba.


A empresa beneficiada pelo Prime terá o seu projeto apoiado por duas modalidades de aporte operadas pela Finep. O valor total do financiamento será da ordem de R$ 240 mil por empresa. Esses recursos serão liberados em dois anos, sendo que a primeira parcela, de R$ 120 mil, virá do Programa de Subvenção Econômica à Inovação. Nessa modalidade, o recurso é não reembolsável. Já a segunda e última parcela utilizará dinheiro do Programa Juro Zero, que prevê a devolução do empréstimo em 100 vezes sem juros.


Os primeiros R$ 120 mil serão repassados em forma de subvenção econômica não reembolsáveis e, por isso, são livres de taxação. Esses recursos podem ser empregados para contratação de técnicos, administradores e consultores. Segundo Gina Paladino, superintendente da área de Pequenas Empresas Inovadoras, o Prime patrocinará pelo menos três rodadas de editais até 2010 (com execução até 2011). "Nossa meta é o desenvolvimento regional, a inovação tecnológica e a ascensão das pequenas empresas no País", completa.


Antes de aderir ao programa, os novos empreendedores passam por um curso obrigatório de imersão em negócios. Nele, decidem se realmente estão aptos a receber os investimentos.


O documento que será assinado em Brasília é um protocolo de intenções onde as 18 incubadoras assumem o compromisso de atuar como agentes financeiros da Finep. Elas foram selecionadas segundo critérios de credibilidade e capacidade comprovadas de atuação no apoio a empreendimentos inovadores nascentes. No passo seguinte, serão realizados os convênios, com a apresentação, por cada incubadora-âncora, de um plano detalhado de trabalho. A partir daí, a Finep repassará os recursos financeiros às incubadoras.


Incubadora


Uma incubadora é um ambiente especialmente planejado baseado no empreendedorismo e que visa difundir o conhecimento. Ela apóia projetos inovadores por meio de serviços especializados e consultorias que facilitam o seu desenvolvimento.


As incubadoras foram criadas com o objetivo de apoiar novos empreendimentos e projetos inovadores, oferecendo o ambiente necessário para o seu crescimento, ou seja, disponibilizam às micro e pequenas empresas serviços especializados, orientação e consultoria, espaço físico planejado, infra-estrutura técnica, administrativa, operacional, além de uma série de outros benefícios, como a intermediação com instituições de ensino e pesquisa, órgãos governamentais e iniciativas privada.


Com a globalização da economia mundial, a exigência por inovações tecnológicas passou a caracterizar o aumento da competitividade do setor produtivo em diversos países. A partir desse panorama, as incubadoras ganharam espaço como promotoras do desenvolvimento, incentivando a transformação de idéias em realidade.


O crescimento do número de incubadoras se dá em todo o mundo. Segundo a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), até o final de 2005 existiam no Brasil cerca de 340 incubadoras em funcionamento.


Só no estado de São Paulo, o Sebrae-SP apóia 76 entidades por meio de diversas iniciativas, como repasse de recursos, disponibilização de consultorias e assessorias especializadas, acompanhamento, entre tantos outros benefícios. Mais de 1500 empresas foram ou são beneficiadas pelo programa gerando renda e postos de trabalhos.


Histórico


Ainda hoje o termo "incubadora de empresas", não é amplamente conhecido. Entretanto, o movimento teve início há quase 50 anos. Em meados de 1959, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, foi colocada em operação, nas dependências de uma fábrica desativada, a primeira incubadora como conseqüência da rápida evolução de empresas que passavam a utilizar cada vez mais tecnologias inovadoras em seus processos produtivos.


A principal vantagem para as empresas da época era a possibilidade, até então raríssima, de promover a transferência de novas tecnologias desenvolvidas nas Universidades e Centros de Pesquisas para o seu dia-a-dia.


A partir dessa infra-estrutura planejada (de uso compartilhado) e serviços direcionados para atender os empreendedores, a incubadora estimulou a repetição dessa experiência por meio da criação de outros espaços, inspirados nesse novo conceito que tinha grande importância em meio ao desenvolvimento social e econômico de cidades e regiões.
Além da estrutura básica para o funcionamento da nova empresa, a Incubadora oferece consultorias, cursos de capacitação e treinamento gerencial.

 Outro serviço de grande importância para as empresas é a prospecção de negócios para apoiar a comercialização de produtos e serviços, identificando novas parcerias, clientes e nichos de mercado.


Na Europa, o conceito surgiu inicialmente na Inglaterra com o surgimento de diversas pequenas empresas do setor de produção e manipulação de aço, que passavam a ocupar espaços degradados e pouco utilizados como galpões e fábricas em decadência.


Entretanto, foi só a partir da década de 70 que as incubadoras passaram a apresentar a grande parte das características atuais. Esse período foi marcado pelo início do apoio de entidades governamentais, privadas e universidades que perceberam a importância da incubadora para o desenvolvimento social, econômico e para a aceleração dos processos de utilização de tecnologia. Mas as empresas de setores tradicionais da economia também foram beneficiadas com as incubadoras por intermédio da inovação em seus produtos.


Nas décadas seguintes foi possível verificar um rápido crescimento do número de incubadoras em todo o mundo, sobretudo nos EUA. Entre 1980 e 1999 foram criadas mais de 800.


No Brasil, as primeiras incubadoras de empresas foram inauguradas em 1984. A pioneira foi instalada na cidade de São Carlos, no interior paulista, e é considerada a mais antiga da América Latina.


Em 1991, o Sebrae passou a apoiar o movimento por meio de ações destinadas à sua implantação, desenvolvimento e fortalecimento, entendendo que as incubadoras seriam uma importante ferramenta de apoio às micro e pequenas empresas. Tal suporte tem se viabilizado até hoje por intermédio de uma série de ações como acesso a produtos e serviços que o sistema oferece, além do repasse de recursos financeiros. Hoje, o Brasil tem o maior número de incubadoras na América Latina.


Assessoria de Comunicação do MCT

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