Os deputados Carlomano Marques e Augustinho Moreira quase chegam às vias de fato, devido as declarações do presidente da Câmara Municipal, Tin Gomes (PHS), sobre a atuação dos deputados estaduais repercutiram mal na Assembléia Legislativa ontem pela manhã. Tin Gomes chegou a declarar à imprensa que os debates na Assembléia não tinham objetivo de discutir Fortaleza, mas sim desgastar a prefeita Luizianne Lins (PT). As discussões teriam motivação eleitoral, segundo ele. A repercussão na AL teve um tom elevado. Um assessor e um parlamentar quase brigam para valer nas dependências do Plenário do legislativo estadual.
O procurador parlamentar, Carlomano Marques (PMDB), disse que não aceitaria as críticas de Tin. "Essa posição é insuportável. Ele (Tin) não pode pautar a Assembléia. A crítica dele alcança a liberdade de expressão dos deputados", disparou. Edson Silva (DEM) contou que recebeu uma ligação de Tin e que o vereador disse não ter criticado nenhum deputado e nem o Poder. Carlomano disse que as palavras de Tin haviam sido duras, mas que aceitava as ponderações repassadas por Edson. O peemedebista chegou a elogiar Tin.
Ao final do discurso de Carlomano, Augustinho Moreira (PV), que não estava em Plenário acompanhando o pronunciamento do peemedebista, pediu um aparte para tratar do assunto. Carlomano, visivelmente irritado, perguntou ao líder do PV: "Vossa excelência sabe ler? Se sabe ler, não sabe decodificar". Augustinho respondeu gritando ao microfone. "Perguntar se eu sei ler é provocação que não aceito de nenhum deputado."
Magoado
Fernando Hugo (PSDB) tirou Augustinho do Plenário para evitar a continuidade da confusão. Osmar Baquit (PSDB), que presidia a sessão, pediu que Carlomano encerrasse seu pronunciamento. Poucos minutos depois, o peemedebista dava entrevista nas dependências do Plenário. Augustinho passou ao lado dele dizendo que não aceitaria provocação. Um assessor de Carlomano empurrou Augustinho, que queria partir para briga. A turma do deixa disso separou os dois.
Mais tarde, os dois parlamentares minimizaram o episódio. "Para mim, isso não tem a menos conseqüência. Isso é do parlamento", disse Carlomano depois da confusão. Augustinho seguiu a mesma linha: "Não vamos esticar isso não". O parlamentar do PV, no entanto, mostrou-se magoado. "Ele poderia ter perguntado seu eu havia lido a matéria (com as declarações de Tin Gomes)".
O presidente Domingos Filho (PMDB) disse que irá tomar providências sobre o assunto. Ele contou que já pediu o relato dos seguranças da Casa e anunciou que repreenderia assessores se envolvendo em confusões com deputados. Domingos informou também que vai intensificar o controle de entrada dos funcionários durante as sessões em Plenário.
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