O Vaticano confirmou na sexta-feira que a canonização de Frei Galvão ocorrerá em São Paulo, no dia 11 de maio, durante a visita ao papa Bento XVI ao Brasil. Será o primeiro brasileiro de nascimento considerado santo.
Durante passagem pelo Brasil no início deste mês, o monsenhor Piero Marini coordenador da viagem do papa ao país já havia indicado uma "possibilidade concreta" de a canonização de Frei Galvão ocorrer em São Paulo.
A santificação, segundo o anúncio feito na sexta-feira, acontecerá durante uma missa a ser celebrada por Bento XVI no Campo de Marte, na Zona Norte da capital paulista.
Frei Galvão, nascido na cidade de Guaratinguetá, (1739-1822) já tinha fama de santo. Em 1739, teve o seu segundo milagre reconhecido pelo papa em dezembro do ano passado.
Trata-se do caso de Sandra Grossi de Almeida, que apesar de enfrentar uma gravidez de alto risco, deu à luz um bebê saudável, em 1999, após orações e novenas ao frei. Tanto ela quanto o filho corriam risco de morte, mas Sandra acredita ter sido salva graças à ingestão das 'pílulas milagrosas' de Frei Galvão.
Já o primeiro milagre foi a cura da menina Daniela Cristina da Silva, de 4 anos, que sofria de hepatite e cuja sobrevivência já havia sido desenganada pelos médicos. Também após a ingestão das pílulas ela foi considerada curada . De acordo com relatos da época, durante uma viagem a pé entre Rio de Janeiro e São Paulo, ele encontrou um rapaz gritando de dor causada por um cálculo renal.
Tomado por uma inspiração de Nossa Senhora, Frei Galvão teria escrito num papel a frase: "Post partum, Virgo, inviolata permansisti. Dei genitrix, intercede pro nobis" (Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta. Mãe de Deus, rogai por nós). Ele teria então enrolado esse papel na forma de um pequeno canudo, dividido em três pedaços e entregado ao homem, com a recomendação de que os engolisse. O homem teria expelido a pedra e sarado. Tempos depois, outro homem teria ido a cavalo ao encontro de Frei Galvão para pedir ajuda. Sua mulher estaria em perigo durante o parto. Frei Galvão teria feito outro papel com a oração e dado ao homem, para que levasse o santo remédio a sua mulher. Ela então teria engolido o papel e, milagrosamente, tido um parto normal.
A fama de Frei Galvão então se espalhou. As pessoas começaram a ir cada vez mais ao Recolhimento da Luz, mais tarde transformado em Mosteiro da Luz, no centro de São Paulo, onde ele viveu a maior parte de sua vida e onde seu corpo está enterrado. Antes de morrer, teria ensinado as irmãs que moravam com ele no recolhimento a fazer as pílulas de papel para que os doentes continuassem a ser atendidos. E assim surgiram as famosas pílulas de Frei Galvão
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