Brasil: Entre o hoje e o amanhã

E o país se revela prostrado, pós período eleitoral. Das discussões e debates, não sobraram nada, apenas a esperança eternamente enterrada do brasileiro. Há no ar um clima de velório, o velório dos grandes ideais...

Pena! Para um país continental como o Brasil, sendo conduzido por uma política municipal como esta que está aqui desde muito, ficamos apenas olhando, velando o gigante deitado em berço esplêndido, segurando a vela da submissão quando se faz uma escuridão profunda à nossa volta. Enquanto isso, os nossos vizinhos menores, acendem o farol da independência e seguem impávidos pelo caminho do desenvolvimento.

Na pobre América Latina, Brasil e México são os países que menos cresceram nos últimos anos. Logo eles, tão fieis à política monetária estabelecida pelo FMI e seus asseclas. Enquanto isso, os rebeldes, Venezuela e Argentina, seguem altaneiros, crescendo até quatro vezes mais que o ortodoxo Brasil.

E Lula que bradou tanto durante a campanha eleitoral que sabia exatamente o que fazer para retomar o crescimento nacional, que havia construído as bases sólidas do nosso desenvolvimento futuro, que tinha a receita certa para fazer a massa aumentar e dividir o bolo da igualdade social. Não passaram mais que trinta dias das eleições e ele já declarou exatamente o contrário, revelando que o país tem que crescer, só que ele não sabe ainda o que fazer para isso acontecer. Mas, como sempre ele afirma, está empenhado em descobrir os caminhos e a receita do nosso desenvolvimento. Foi, a bem da verdade, mais uma bravata do nosso presidente, palavras alçadas ao vento que caem agora, pesadas, em cima de nossas cabeças, de nossas frustrações tão bem alimentadas nos últimos anos.

Durante a campanha presidencial, dizia-se que o país iria crescer 5% neste ano, fruto da política de reduções de juros, gastos e ajuste fiscal. Agora, já se sabe que o crescimento nacional não irá passar dos 2,6%, ou seja, metade do que foi alardeado e planfletado.

A grande verdade é que o Brasil está sendo administrado pela metade, está com uma mentalidade política e econômica do assistencialismo, do cuidar do hoje sem pensar no amanhã. Há uma limitação de vôo, há uma preocupação excessiva com o pouso. Diferentemente dos anos venturosos do governo Juscelino, o governo Lula não pensa em voar, mas sim, em pousar. E pousar é limitar o vôo, e negar o vento por medo do pensamento, é não ousar. É, sobretudo, prostar-se, resignar-se, é não mudar...

Os números e índices estão aí. O Brasil e sua imensa multidão de excluídos comem e bebem diariamente a sua pobreza, repartem à mesa a falta de perspectivas futuras, adiam na bolsa assistencial de hoje, o emprego de amanhã. Famílias inteiras depositam no embornal do tempo, todas as suas mazelas e frustrações, suas desilusões, sua pobreza de hoje e a miséria de amanhã...

É preciso repensar o Brasil, é preciso repatriar o Brasil, é preciso amar o Brasil... É preciso acordá-lo e, se necessário for, morrer por ele; por amor, por princípio e convicção.

Petrônio Souza Gonçalves

petroniosouzagoncalves.blogspot.com

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