Os problemas causados pela insuficiência de controladores de tráfego aéreo em Brasília irão persistir nos próximos meses e deverão se repetir em São Paulo. Essa é a avaliação de controladores de tráfego aéreo ouvidos nesta quarta-feira pela Folha OnLine.
"O próximo lugar a explodir vai ser São Paulo, que está no limite há muito tempo", disse um controlador que atua em Brasília, mas que pediu para não ser identificado.
Ele explicou que recentemente o controle do tráfego de São Paulo --aeroportos de Cumbica e Congonhas-- precisou ceder sete controladores para outras áreas --quatro para Brasília e três para São José dos Campos (SP). O número equivale a quase uma equipe, formada em geral por onze pessoas. Como não há excesso de pessoal, a previsão é que eles passem a sofrer também com a falta de pessoal.
De acordo com esse controlador, Rio de Janeiro, Recife (PE) e Curitiba (PR) também enfrentam problemas semelhantes devido ao aumento do tráfego aéreo sem que o aumento de pessoal tenha ocorrido na mesma proporção.
Ele não acredita em uma solução de curto prazo, já que o tempo de formação para um controlador de vôo é de no mínimo dois anos. "Não existe de imediato uma solução."
De acordo com controladores, o acidente com a aeronave da Gol apenas antecipou os atrasos que ficaram mais evidentes a partir de outubro. Um dos ouvidos disse que isso era previsível, já que os problemas eram conhecidos e apontados há ao menos cinco anos.
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