O escritor angolano Luandino Vieira rejeitou hoje o Prêmio Camões 2006, considerado o mais importante prêmio da literatura na língua portuguesa, alegando "razões pessoais e íntimas" para justificar sua decisão. Desde o anúncio da conquista do Prêmio Camões, Luandino Vieira deixou de atender o telefone.
O escultor português José Rodrigues, amigo de Vieira, justificou, a atitude do autor por seu estilo de vida, "completamente distante dos bens materiais". Rodrigues disse que Vieira vive há uma década em um convento próximo a cidade de Vila Nova de Cerveira (norte).
O autor, natural da cidade portuguesa de Vila Nova de Ourém (1935), teve de emigrar para Angola quando era criança e participou do movimento de libertação nacional da antiga colônia de Portugal. Por causa de suas atividades militantes a favor da independência da Angola ele foi preso em 1959 e em 1961 pela Polícia política do regime autoritário português de Antônio de Oliveira Salazar, e foi condenado a 14 anos de prisão. Vieira, que passou oito anos em um campo de concentração, do qual foi libertado em 1972, é autor de romances e relatos curtos, entre os quais destacam-se "Luanda" (1963), "A vida verdadeira de Domingos Xavier" (1974), "Velhas estórias" (1974), "Vidas novas" (1975) e "João Vencio: os seus amores" (1979). Atualmente, o autor prepara o segundo romance de sua trilogia "De rios velhos e guerrilheiros", cuja primeira parte, "O livro dos rios", será vendida ainda em 2006.
A fonte é Último Segundo.
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