Tolerância zero vírgula cinco

Tolerancia zero vírgula cinco

 

Aparentemente alguns prefeitos, governadores e presidentes brasileiros querem ser Rudolf Giuliani quando crescerem. Especialmente os do Rio de Janeiro e São Paulo cujas cidades são zonas de guerra. Alguns presidentes também desejam como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que em uma crise similar em 1999, profer4iu o famoso discurso em que a “Tolerância Zero”, era a única solução. 

 

Passada uma semana dos eventos em São Paulo, percebe-se, que é necessário que haja uma nova onda de ataques a alvos públicos e civis, rebeliões em presídios e assassinatos indiscriminados por parte de homens fardados e sem farda, para que haja novamente “legislação do pânico,” e algumas providências emergenciais por parte das autoridades, para mostrar força diante do eleitor.

 

Para o prefeito e principalmente o governador de São Paulo que para sorte de Geraldo  Alckmin, é, Cláudio Lembo, é necessário que surja, mais que de3pressa uma nova crise em alguma outra parte do país para que se esqueçam de seu nome de forma negativa, obviamente, assim como esta crise afetou  a cobertura por parte da imprensa e consequentemente a atenção da opinião pública, de outros casos.

 

Por exemplo, o pré-candidato do PMDB, o showman Anthony Garotinho foi beneficiado com os episódios em São Paulo, pois ninguém mais está falando de ONG’s beneficiadas pelo governo do seu estado e que contribuíram para sua pré-campanha. A propósito, a greve de fome com prazo final de Garoinho, enterrou todas as chances que tinha de aspirar a ser o candidato do PMDB o que ficou comprovado na pré-convenção.

 

Esqueceram-se também, os oito policiais feridos no confronto com torcedores no jogo de futebol entre Corinthians e River Plate o que não foi surepresa, pois no ano anterior no jogo entre São Paulo e o mesmo River Plate, nove policiais também foram feridos. A propósito, o time do presidente Lula, o Corinthians foi punido pela COMEBOL mas o governo do estado que deveria, por exemplo, exigir identificação de todos os que freqüentam este tipo evento, porque traficantes, homicidas e assaltantes também tem seu time de futebol preferido, não seria de admirar que uma boa parte da torcida fosse encarcerada por antecedentes criminais e como um requinte adicional, o time cuja torcida estivesse envolvida em tais eventos, jogaria sem público por um ano.

 

Esqueceu-se também o caso von Richtofen que foi levantado apenas porque a imprensa estava sem temas chamativos para reportagens o que foi lamentável para Suzane von Richtofen que estava tranqüila e feliz gozando sua liberdade condicional e agora está detida novamente por ter aparecido na TV.  A propósito,  o caso von Richtofen é um dos milhares de casos de fratricídio que ocorrem mensalmente no país. Será que se Suzane von Richtofen que é descendente direta de Manfred von Richtofen que era o ás da aviação alemã na Primeira Guerras Mundial - o Barão Vermelho - chamasse-se Suzane da Silva, este caso teria tanta repercussão? Assim como foram os casos de Felipe Caffe e Liana Friedenbach, Zera Todd Stahelli e Doroty Stang.

 

A Tolerância Zero implantada por Rudolf Giulliani em Nova York nos anos 1990 e que todos querem copiar, na funcionaria no Brasil, pois Giuliani punia com prisão até mesmo crimes de menor gravidade como a pichação de prédios. No caso do Brasil, devido à superlotação e as péssimas condições dos presídios, deve-se executar mais penas alternativas. Por exemplo, no caso de pichadores, deve-se condenare o elemento a apagar todas as pichações do bairro em que foi efetuada a prisão, além do pagamento de multa.

 

O que realmente funcionaria no Brasil seria a Tolerância Reduzida com Inteligência que em casos como dos jogos de futebol, por exemplo. a responsabilidade pela segurança do evento seria dos próprios promotores do mesmo e os policiais militares estariam apenas para fiscalizar. Se houvesse tumulto, os policiais teriam permissão para paralisar a partida até que a ordem fosse restabelecida.

 

No caso do caótico sistema prisional, além da obrigatoriedade de os presídios serem construídos fora do perímetro urbano das cidades deveriam oferecer ocupação aos condenados, pois o ócio, é o que mais contribue poara a degradação do carátere. Por exemplo, se todas as pe4nitenciarias fossem contruídas em regiões agrícolas, os detentos poderiam trabalhar na gricultura e se presídios   fossem  na Amazônia e no Centro-Oeste, os presidiários poderiam trabalhar no reflorestamento das matas ciliares.

 

Algo maiôs palpável e menos utópico que podia ocorrer nos presídios é a não disposição de camas com colchões  nos presídios, pois além de ser bom para a coluna vertebral dormir-se no chão que é o que ocorre nas carceragens para prisão provisória, colchões, além de servirem para colocar fogo em rebeliões são um bom esconderijo de armas, drogas e celulares, alem do que,este ato diminuiria um pouco a desigualdade social, pois milhões de pessoas neste país, não têm um colchão para se deitar ou sua família. A propósito, os catorze milhões de pessoas que passam fome neste país, segundo pesquisa do IBGE, não são nem um pouco inteligentes; basta cometer um crime, pois o valor que se gasta com um detento no Brasil, é bem superior ao valor do Bolsa Família.

 

Passou-se uma semana dos eventos e pouca gente se lembra de Marcos Vinicius Camacho, o Marcola; líder do PCC e também já se esqueceu dos efeitos dos ataques a alvos públicos e civis. Também ninguém mais se lembra de que pode ter havido um acordo para que cessassem os ataques e as rebeliões. Sendo assim, não é mais necessário fazer-se promessas de medidas firmes contra o crime; não é mais necessário aprovar legislação esquecida há anos nas gavetas do congresso ou a legislação do pânico como disse o Ministro da Justiça do Pais de Todos, Marcio Thomaz Bastos que não precisará apressar a inauguração do primeiro presido federal de incríveis 200 vagas.

 

Passada uma semana o que ainda permanece na mídia é a questão da identificação dos “zes da silva” mortos por policiais, mas, uma vez que certamente não vai haver nenhum Richtofen,, nenhum Stahelli e nenhum Fiedenbach entre os mortos, é algo que logo será esquecido assim como se esqueceram os 111 mortos no massacre do Carandiru cujo responsável, o coronel da reserva, Ubiratan Guimarães foi eleito deputado estadual como prêmio o que mostra o quanto é desvalorizada a vida de um criminoso.

 

Algo que contribuirá ainda mais para o esquecimento disto tudo é qaue já está se aproximando a Copa do Mundo.

 

Jose Schettini, Petrópolis, BRASIL

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