Base: Ano de 2005
PIB de 2005 foi de R$ 1,9 trilhão
Em 2005, o Produto Interno Bruto medido a preços de mercado alcançou R$ 1.937,6 bilhões, sendo R$ 1.728,5 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 209,1 bilhões aos Impostos sobre Produtos. Dentre os componentes do Valor Adicionado, a Agropecuária registrou R$ 145,8 bilhões, a Indústria R$ 690,6 bilhões e os Serviços R$ 985,3 bilhões No quarto trimestre de 2005, o PIB medido a preços de mercado foi de R$ 521,9 bilhões, sendo R$ 466,2 bilhões de Valor Adicionado a preços básicos e R$ 55,7 bilhões de Impostos sobre Produtos.
Entre os componentes da demanda, em 2005, o Consumo das Famílias totalizou R$ 1.075,3 bilhões, o Consumo do Governo R$ 378,7 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo R$ 385,9 bilhões. A Balança de Bens e Serviços ficou superavitária em R$ 84,9 bilhões e a Variação de Estoques foi de R$ 12,7 bilhões.
Com relação às participações de cada setor de atividade no Valor Adicionado a preços básicos, a Agropecuária apresentou redução na participação frente a 2004, alcançando 8,4% contra 10,1%. O valor corrente da Agropecuária foi de R$ 145,8 bilhões, em 2005, e R$ 159,6 bilhões, em 2004, resultando numa queda de 8,7%. Em contrapartida, os setores da Indústria e Serviços apresentaram desempenhos positivos, 40% e 57%, respectivamente. Entre os componentes da demanda, o Consumo das Famílias registrou 55,5% de participação em relação ao PIB, o Investimento 20,6% e o Consumo do Governo 19,5%. Já o Setor Externo teve perda de peso, em relação a 2004, devido a apreciação do Real frente ao dólar. As Exportações contribuíram com 16,8%, em 2005, contra 18,0% em 2004. As Importações alcançaram 12,4%, no ano passado, contra 13,4% em 2004.
O PIB per capita a preços correntes, definido como a divisão do total do PIB a preços correntes pela população residente atingiu R$ 10.520 em 2005. O Deflator Implícito do PIB - variação média dos preços do ano corrente em relação à média dos preços do ano anterior - em 2005, foi de 7,2%.
No acumulado do ano, houve redução na capacidade de financiamento
A Capacidade de Financiamento da Economia Nacional ficou em R$ 7,0 bilhões no quarto trimestre de 2005, ou seja, um aumento de R$ 1,7 bilhão se comparado com o mesmo período de 2004 (Capacidade de Financiamento de R$ 5,3 bilhões). Esse aumento deve-se, sobretudo, à variação do Saldo Externo Corrente (R$ 2,0 bilhões) causada pela elevação do Saldo Externo de Bens e Serviços que passou de um superávit de R$ 18,7 bilhões, no quarto trimestre de 2004, para R$ 21,2 bilhões, no mesmo período de 2005.
No resultado acumulado do ano, a Capacidade de Financiamento alcançou R$ 33,6 bilhões contra R$ 34,5 bilhões em 2004, redução explicada, principalmente, pela redução na conta de Transferências Correntes Líquidas Recebidas do Resto do Mundo no montante de R$ 0,9 bilhão e aumento de R$ 3,1 bilhões em Renda Líquida de Propriedade Enviada ao Resto do Mundo (aumento de R$ 9,3 bilhões de lucros líquidos enviados ao exterior e redução no envio líquido de juros em R$ 6,2 bilhões).
A Renda Nacional Bruta atingiu R$ 505,4 bilhões no quarto trimestre de 2005 contra R$ 462,0 bilhões no mesmo período de 2004. No acumulado do ano atingiu R$ 1.876,0 bilhões frente R$ 1.708,1 bilhões em 2004. Nessa mesma base de comparação a Poupança Bruta atingiu R$ 97,0 bilhões, no último trimestre de 2005, e R$ 93,3 bilhões no mesmo período de 2004. Na comparação anual, a Poupança Bruta alcançou R$ 430,5 bilhões em 2005 contra R$ 410,1 bilhões em 2004.
Em 2005, entrada de Investimento Estrangeiro em Carteira foi a maior desde 1998
No quarto trimestre de 2005, a Economia Nacional registrou uma redução da variação de ativos1 que passou de uma aplicação liquida positiva de R$ 13,6 bilhões no quarto trimestre de 2004 para uma aplicação negativa de R$ 12,2 bilhões no mesmo período de 2005. No que se refere à variação de passivos, a captação líquida passou de um montante positivo de R$ 7,9 bilhões para uma captação liquida negativa de R$ 19,1 bilhões, no mesmo período de comparação. Em 2005, as variações liquidas do ativo e passivo foram, respectivamente, positiva de R$ 29,8 bilhões e negativa de R$ 4,6 bilhões. Em 2004, esses montantes foram positivos em R$ 39,9 bilhões para o ativo (aplicação) e em R$5,5 bilhões para o passivo (captação).
No trimestre, dentre os fatores que influenciaram a captação liquida negativa em relação ao quarto trimestre de 2004 destacam-se: o crescimento das amortizações de empréstimos e financiamento de longo prazo, Empréstimos e Financiamentos F.4 e a redução da captação através de Ações e Outras Participações de Capital - F.5.
No que se refere ao instrumento financeiro F.4, houve aumento da captação liquida negativa, de R$ 4,2 bilhões para R$ 29,5 bilhões nos quartos trimestres de 2004 e 2005, respectivamente. Nessa variação, o destaque foi o pagamento de amortização em R$ 35,3 bilhões de empréstimos junto ao Fundo Monetário Internacional no mês de dezembro de 2005. Com relação ao instrumento F.5, a captação líquida positiva passou de R$ 18,4 bilhões para R$ 13,0 bilhões no quarto trimestre de 2005, sendo que a razão fundamental dessa retração no volume foi a saída do Investimento Estrangeiro Direto (IED)2, sob a forma de participação no capital, que teve uma captação líquida negativa de R$ 9,0 bilhões no trimestre contra R$ 14,6 bilhões no mesmo período de 2004. No ano de 2005, o Investimento Estrangeiro Direto totalizou R$ 37,4 bilhões contra R$ 52,9 bilhões, em 2004, resultando numa redução de R$ 15,5 bilhões no ano3. Em contrapartida, a parte do Instrumento F.5, composta pelos Investimento Estrangeiro em Carteira (IEC), apresentou expressivo crescimento: passando de uma captação líquida de R$ 5,6 bilhões em 2004 para R$ 15,6 bilhões em 2005.
Nas variações ativas do trimestre uma aplicação líquida negativa de R$ 12,2 bilhões ante uma aplicação líquida positiva de R$ 13,6 bilhões no mesmo período de 2004 ressalta-se a redução das aplicações através do instrumento F.2 Numerários e Depósitos -, que foi positiva em R$ 9,1 bilhões no quarto trimestre de 2004 para uma aplicação liquida negativa de R$ 7,9 bilhões no quarto trimestre de 2005. No movimento desse instrumento incluem-se: a redução das aplicações liquidas do setor financeiro que foi negativa em R$ 7,1 bilhões no trimestre, contra uma aplicação liquida positiva de R$ 4,7 bilhões no mesmo trimestre de 2004; a redução das aplicações das Reservas Internacionais em forma de Moeda e Depósitos, que passaram de uma aplicação líquida positiva de R$ 2,8 bilhões no quarto trimestre de 2004 para uma aplicação líquida negativa de R$ 1,7 bilhão no mesmo trimestre de 2005. Destaca-se, ainda, o movimento da aplicação líquida no instrumento F3 Títulos exceto Ações: no quarto trimestre de 2004 registrou-se uma aplicação líquida positiva de R$ 1,5 bilhão, passando para uma aplicação líquida negativa de R$ 4,9 bilhões no mesmo período de 2005. No movimento desse instrumento, ressalta-se a redução das aplicações em F.32 (Títulos exceto Ações de longo prazo), especificamente das aplicações das Reservas Internacionais em forma de Bônus e Notas, que atingiram uma aplicação líquida negativa de R$ 5,3 bilhões no quarto trimestre de 2005, contra uma variação líquida negativa R$ 0,3 bilhão no mesmo período de 2004.
Em 2005, reservas internacionais cresceram R$ 12,7 bilhões
Os dados mostram que, contabilizando-se as transações referentes aos acordos com o FMI, no quarto trimestre de 2005 a Economia Nacional teve uma redução das reservas internacionais em R$ 6,8 bilhões, contra uma elevação de R$ 4,4 bilhões no mesmo trimestre de 2004. Excluindo as transações com o Fundo Monetário, houve aumento das reservas em R$ 28,5 bilhões, contra uma elevação de R$ 7 bilhões no quarto trimestre de 2004. No acumulado de 2005, registrou-se crescimento das reservas internacionais, tanto com a contabilização, quanto sem a contabilização das transações com o FMI, sendo nesses casos, respectivamente, R$ 12,7 bilhões e R$ 67 bilhões.
Ricardo Bergamini
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