Além do bom resultado do primeiro bimestre, o ministério comemorou o número também recorde de empregos gerados em fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo mês em outros anos.
Em fevereiro, deste ano foram criados 176.632 postos de trabalho formais, aqueles com carteira assinada. O índice é 0,68% superior ao mês de janeiro. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (21) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
Ele afirmou que não considera o índice uma tendência para o resto do ano. Para ele, os bons resultados dependem de análise dos números referentes ao mês de março também.
"É um número bastante razoável e importante, considerando que iniciamos o ano em uma trajetória de redução dos juros", explicou o ministro.
Marinho destacou que o aumento da geração de empregos em fevereiro se deve à recuperação industrial, à expansão do comércio e aos fatores sazonais, como a agricultura.
"É o melhor fevereiro da série Caged, talvez influenciado pela antecipação da colheita da cana na região sul-sudeste. Não dá para dizer que é uma tendência, mas certamente indica que 2006 será um ano bastante positivo do ponto de vista econômico. Em especial, na nossa referência, do ponto de vista da geração de empregos", disse o ministro.
Emprego cresceu em todos os setores da economia
Os setores de serviço, agropecuária, indústria, comércio e construção civil foram responsáveis pelo número recorde de geração de emprego em fevereiro deste ano. O resultado foi o melhor desde a criação do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego, em 1992.
Nos 38 meses do governo Luiz Inácio Lula da Silva foram gerados mais de 3,6 milhões de postos de trabalho formais. Nos últimos 12 meses, houve a abertura de 1,3 milhão de vagas no país.
Os dados de fevereiro divulgados hoje (21) mostram que o início do ano letivo nas escolas influenciou o aumento do número de empregos no setor de serviços. Houve oferta de 26.226 postos na área de ensino.
Houve também o aquecimento das atividades turísticas, o que gerou 26.221 vagas nas áreas de alojamento e alimentação. "É o efeito carnaval", explicou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
A construção civil bateu recorde de geração de empregos em relação a fevereiro dos outros anos: foram 14.993 postos de trabalho. O comércio apresentou mais do que o dobro de vagas de emprego em relação ao mesmo mês do ano passado: 19.258 vagas contra 8.647 em 2005.
A indústria teve o segundo melhor desempenho em fevereiro desde ano, com geração de 23.558 vagas. O índice é inferior apenas ao mesmo mês em 2004, quando 38.086 postos de trabalho foram gerados.
"É o efeito Selic (taxa básica de juros da economia) que já começa. Em 2005, a Selic tinha influenciado negativamente e esperamos que em 2006 influencie positivamente. Nesse caso, o índice já é uma tendência", explicou Marinho.
A indústria de calçados interrompeu seqüência de três meses consecutivos de redução nos postos de trabalho. Foram criadas 2.098 vagas.
"Pode ser efeito psicológico na indústria, de apostar nas medidas que estão entrando em vigor de contenção do excesso de importação com a China", disse o ministro.
"A retomada do crescimento da indústria é importantíssima porque aponta para um crescimento de forma mais sólida no ano de 2006. Nós esperávamos isso mesmo, que a indústria de transformação ajudasse na retomada do crescimento em 2006, já que aconteceu o inverso em 2005", acrescentou.
Na agricultura, a antecipação da colheita da cana na região sul-sudeste incentivou a criação de empregos no setor. São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentaram os melhores resultados, enquanto que Pernambuco, Paraíba e Sergipe foram afetados negativamente no setor. "Por causa do final da safra", disse o ministro.
PT
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