Por que Zé Dirceu depois de lutar por décadas pela Liberdade está "atrás das grades" neste Natal e Revellion?
Suely Pinheiro
jornalista -
especial para o Macunaima - São Paulo
Em recente avaliação crítica o site Skoob escreveu a seguinte nota a respeito do livro ESCUTA ZÉ DIRCEU!!!!, de autoria do ator e dramaturgo, Jair Alves: Diante de tantas atualidades (velhas) é oportuníssimo, principalmente neste momento de caça seletiva às bruxas. Segundo meu entendimento, creio que a sua mensagem diz respeito a Jair Alves que traz à tona à tona a reconstrução de um dos mais significativos personagens da nossa história recente; e que desempenhou papel decisivo no cenário político brasileiro, a partir do Movimento Estudantil (da época) e, em seguida a luta armada, a clandestinidade imposta na pela ditadura e, por fim, a volta por cima durante toda a organização ideológico administrativa de um partido que conquistou o poder político por via democrática (sem aspas). Nesse processo, mudam as estratégias, as ferramentas de luta, mas entremeando essa dialética de meios e fins, Jair tenta detectar a essência do homem que faz, o animal político portador de uma perspectiva coletiva e ao mesmo tempo de uma individualidade psíquica, moral.
O ator e dramaturgo, Jair Alves, escreveu o livro Escuta Zé Dirceu, logo após o movimento político e social que sacudiu o Brasil com a renuncia do ex-presidente Fernando Collor de Mello (início da década de noventa)". Esse é o ponto de partida, porém, não tudo que possa falar da pequena narrativa a respeito do ex-lider estudantil, ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, ex-ministro chefe da Casa Civil do Governo Lula. A situação paradoxal em que vive, em contraste aos movimentos decisivos da história recente é numa cena final da mini-epopéia quando Jair Alves, numa entrevista ao personagem da trama já pisando "num terreno de terra-arrasada".
A cena decisiva escrita há mais de vinte anos, como se fosse o final de um filme de ação, remete ao presente, conforme revelado acima. O livro é um opúsculo de um protagonista e centenas de antagonistas, ao longo dos últimos sessenta anos. Zé Dirceu, um profissional da Lei (operador, advogado), deve saber agora ao viver um amargo revés, imposto por seus inimigos que não basta à POLÍTICA, como solução para todos os males.
A ARTE e a COMUNICAÇÃO, desde sempre, podem servir como "régua e compasso", como diria o seu amigo poeta (seu contemporâneo) e um dos principais antagonistas da trama. Zé Dirceu, seguramente, não deu a devida atenção à sua própria trajetória.
Serviço:
Edições Macunaima
136 páginas
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