Durante a visita de John Kerry à China na 6ª-feira, o secretário de Estado dos EUA disse que os EUA saúdam o crescimento pacífico da China e não têm intenção de "conter" a China, segundo a Agência de Notícias Xinhua.
Não importa se o que Kerry diz é verdade ou não, comparado às ações passadas dos EUA. A clara manifestação dessa posição já é bem-vinda.
Têm havido continuadas preocupações na China sobre o país ser "contido" pelos EUA. Muitos dos recentes movimentos dos EUA reforçaram essas preocupações. Desde que os EUA declararam seu "pivô" na direção do Pacífico Asiático, a situação em torno da China tem estado tumultuada. O Japão anda cada vez mais para a direita, com Shinzo Abe cada vez mais ousado nos desafios à China; as Filipinas também saltam de um lado para outro nas disputas territoriais; e a influência dos EUA por trás deles com certeza tem seu papel.
Os EUA têm insistido em que não "conterão" a China. Mesmo que o que dizem algumas vezes contradiga a percepção dos chineses, a ideia criará uma boa atmosfera para melhor relacionamento entre os dois países.
A China não tem poupado esforços para tornar-se parte de um mundo globalizado. Os EUA sabem bem disso, embora suas políticas para a China nem sempre atinjam os pontos certos.
Os EUA não estão confrontando ativamente a China; mas tampouco estão cooperando ativamente conosco.
Analistas resumem a estratégia da China como "engajamento, sem baixar a guarda". Os EUA tornaram-se cada vez mais sensíveis nos anos recentes, e mais desconfiados sobre a China. O povo chinês observa, não raras vezes, que os EUA dizem de um modo e agem de modo diferente. Assim, os EUA mostram que desconfiam da China.
As suspeitas e desconfianças crescentes de lado a lado resultaram em riscos crescentes e custos, no relacionamento China-EUA. Os EUA foram os primeiros a criar nós no relacionamento; bem fariam a eles mesmos se cuidassem de desatar aqueles nós.
Os dois países vêm tentando construir um novo tipo de relacionamento entre grandes potências. Embora ideias antiquadas, como "contenção" e "alerta" ainda persistam, já se desenvolvem também ideias novas. Mesmo sem saber muito claramente o que são essas coisas novas, os dois países devem, conjuntamente, dar a elas uma chance. Mais contatos e trocas entre os governantes dos dois países são necessários e mutuamente benéficos.
Enquanto a China conseguir mostrar-se sincera na busca de crescimento com paz, os EUA e outros países não encontrarão pretextos para pôr-se a 'conter' estrategicamente a China.
Kerry disse alguma coisa, na tentativa de pressionar a China, como os políticos dos EUA sempre fazem. Mas também trocou ideias, razoavelmente, com governantes chineses e mostrou alguma boa fé. Que o que ele disse a favor de os EUA não "conterem" a China tenha pelo menos algum impacto, durante algum tempo, no comportamento de Washington. Não é pedir muito.
15/2/2014, Global Times, Pequim -- http://www.globaltimes.cn/content/842572.shtml#.UwNpQWJdWbV
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