Nem sempre as abreviaturas significam aquilo que exprimem. Até podem ter um significado contrário, escondendo o seu verdadeiro sentido. Assim nos parece o PEC - Plano de Estabilidade e Crescimento, proposto pelo Governo Socialista de José Sócrates, para fazer face às exigências da União Europeia, que a nosso ver é um Plano para o Estrangulamento Crescente do Povo, que vem na sequência de outras medidas que à sorrelfa vão desconstruindo as bases da Economia do País e em consequência, transferindo meios, recursos para Centros de Poder extra-nacionais e hipotecando o nosso Futuro. Veja-se o caso da gestão de pescas da nossa ZEE, que agora está nas mãos dos tecnocratas de Bruxelas. Boa malha!
Durante o debate semanal na Assembleia da República, no passado dia 31 de Março de 2010, o Socrático 1º. Ministro de Portugal (Será que o é de Portugal?), contra-argumentando o cepticismo dos seus parceiros à Esquerda, relativamente à bondade da União Europeia, afirmou solenemente que a criação da moeda única, o Euro, constituiu um acontecimento histórico para a Humanidade (SIC). Nada mais óbvio porém negativamente. Como também são óbvios, os interesses que o senhor inginheiro serve, que não coincidem certamente com os do Povo Português. Não é por acaso que o PEC teve o aplauso das organizações internacionais que são correia de transmissão da Elite Global, como o FMI, a OCDE, o BCE e a União Europeia, enquanto o mesmo tem merecido a crítica geral das forças vivas do país e com razão.
Para os que ainda têm dúvidas sobre para quem o Governo de José Sócrates trabalha, veja-se o que se passou com a campanha da gripe H1N1. Não hesitou submeter o país ao clima de uma pandemia fabricada, num conúbio descarado com os interesses da Indústria Farmacêutica Internacional, marcado pelo marketing do medo que, ao anunciar a possibilidade de milhares de óbitos, originou pânico e congestionou os Hospitais. Nos Açores, chegaram a anunciar entre 25 000 a 40 000 infectados numa população de cerca de 250 000. Outra boa malha!
Tal facto, aliás, também contribuiu para o avolumar da despesa pública, problema, entre outros, que está no cerne do actual desequilíbrio orçamental que tanto se discute e que deu agora azo a um plano draconiano de austeridade que penaliza sobretudo o Trabalho e a Classe Média baixa, deixando de fora o Grande Capital e os seus serventuários.
Para se ter uma ideia do desequilíbrio entre o Trabalho e o Capital, basta citar os dados de 2008, que são os mais actualizados a respeito. Essa relação foi de 1 para 10 respectivamente, considerando rendimentos médios. Outro aspecto interessante é a evolução da carga de rendimentos no PIB português. Embora o PEC preveja o congelamento de salários até 2013, e o número de desempregados se aproxime dos 800 mil, paradoxalmente tal taxa continuará a subir, 53,3% no presente ano contra 50,1% em 2008, sendo uma das mais altas da União Europeia, como por exemplo à da França. Claro que esta taxa resulta sobretudo dos altos salários e gratificações de que beneficiam os executivos de bancos, empresas de comunicações, de distribuição de electricidade, de combustíveis e grandes empreiteiros, algumas das quais participadas do Estado, havendo quem ganhe 350 salários mínimos por mês e mais do que o Presidente Obama Assim, como não ter um défice excessivo? Ainda por cima sem corresponder a investimento público de interesse geral. Mais uma boa malha!
Curioso referir que o 1º. Ministro ao mencionar a criação do Euro como um acontecimento histórico para a Humanidade confundiu a União Europeia com o Mundo. Na verdade não se tratou de uma gafe Fugiu-lhe foi a boca para a verdade É de facto intenção da Elite Global, no estabelecimento de uma Nova Ordem Económica Mundial, a criação de uma única moeda à escala planetária. Tal a consumar-se, tornar-se-á o mais importante passo para o controlo global e totalitário do planeta, sobretudo se atendermos ao crescente incremento do dinheiro electrónico, uma moeda virtual absolutamente desvinculada do Trabalho e do Capital produtivo. A moeda aliás é o cerne de todas as crises e quem a manipula, manipula a Economia e logo os povos.
Lendo por estes dias Davi Icke, um jornalista inglês ostracizado pela midia agenciada pela Elite Global, encontramos no seu volumoso livro Guia da Conspiração Global a interessante observação: Temos uma visão do plano para o futuro, ao analisar a Grande Depressão dos anos 30. A ideia é despoletar uma crise mundial da mesma dimensão e mantê-la indefinidamente. Indefinidamente, por que esta é a melhor forma de concentração de Poder, acrescentamos nós. A edição que estamos a ler, é de 2007, logo anterior à Crise Financeira provocada pela derrocada do mercado imobiliário norte-americano. Obviamente que as crises são instrumentais para o Capital Especulativo e servem sobretudo para este se apropriar dos activos do Trabalho, através dos impostos e outros recursos de origem social, como por exemplo, a poupança e os descontos na folha de salários. Só não vê isto, quem não quer.
Martin Wolf publicou no Financial Times de 28 de Outubro de 2009 que a ajuda global aos bancos por parte dos Estados poderia ascender a 14 000 milhões de milhões de dólares (ou 14 000 biliões, em notação anglo-saxónica.), como se vê uma cifra astronómica! Haja papel O nosso Governo por essa altura anunciou um plano anti-crise de 2 180 milhões de Euros! Até parece que ainda temos a rotativa da Casa da Moeda a funcionar Evidentemente que os mentores das crises o que querem é dinheiro vivo, de preferência de empréstimos dos Estados Nacionais feitos ao próprio sistema, ou seja, no nosso caso ao BCE, cujos juros compostos se tornam num sorvedouro de recursos provenientes do Trabalho e do Capital Produtivo. Para além da usura subjacente às crises, a Oligarquia Internacional persegue superiormente um objectivo político: o de estabelecer um Governo Mundial ao melhor estilo Orwelliano. Nada melhor, que provocar a falência das Economias Nacionais.
A meta do défice zero, estabelecida na esteira do Tratado de Maastricht, de 1992, a propósito da criação de uma Moeda Única, o Euro, implementada a partir 2002, é uma das ferramentas mais simpáticas da Elite Global para nos convencer da seriedade dos seus sinistros propósitos, muito do agrado dos seus testas-de-ferro europeístas. Tal meta, apresentada com o argumento da necessidade de garantir a estabilidade da nova moeda, na verdade, não passa de um expediente macro económico inibidor do Progresso Social que garante e aprofunda a desigualdade do desenvolvimento económico e social entre os diferentes Estados Membros da União Europeia, tendo se tornado numa verdadeira obsessão ideológica para os Governos do PSD/CDS e PS. Repare-se que os mercados no actual sistema só funcionam enquanto existem vantagens competitivas, diferenciadas, entre as diferentes Economias, nomeadamente no que concerne a salários e a direitos do Trabalho. Nesse sentido, os limites aos défices, ainda mais em termos tão reduzidos, funcionam como um cabresto macroeconómico que impede um desenvolvimento económico autónomo, consentâneo com as necessidades sociais e de acordo com os recursos disponíveis em cada país. Como a governança se faz sem ter em conta este último item, exercendo-se em função dos grandes interesses, alguns extra-nacionais (Vide, no caso português, o apoio financeiro dado à banca, o TGV e o novo Aeroporto de Lisboa.), tal obriga ao endividamento sistemático do Estado, facto que hipoteca o Futuro do país, criando as condições suficientes e necessárias para o Grande Credor executá-la ou, em nome disso, impor mais concessões políticas e económicas.
Na oportunidade do lançamento do Euro, muitas foram as loas anunciadas para que os cidadãos aceitassem de bom grado a substituição do Escudo por uma moeda alienígena. E claro, poucos foram aqueles, que vieram a lume esclarecer os custos económicos e políticos da adesão à mesma. Desde logo foi branqueado a perda da emissão de moeda própria, que passou para as mãos de um banco extra nacional, o BCE, o qual cobra juros por cada emissão solicitada, facto agravado por termos uma Balança Comercial altamente deficitária (80% do que consumimos, importamos.), o que significa que sai mais dinheiro do que entra e logo o Estado necessita de novos empréstimos para compensar o défice monetário. Mais, a troca de uma moeda com lastro, como era o Escudo, graças ao ouro em depósito no Banco de Portugal, que já nem sabemos quanto lá ainda existe, por outra, sem qualquer valor intrínseco, que pode a qualquer momento esfumar-se como o dinheiro debaixo do colchão perdido num incêndio, significa que o Euro não passa de papel pintado, completamente desvinculado da Economia Real. Mais ainda, quando se trocou o Escudo por uma moeda artificialmente valorizada em cerca de 20%. Se a esta desvalorização do dinheiro corrente, somarmos os arredondamentos feitos à pala da ignorância e do tradicional facilitismo português, perdemos cerca de uns 40% do Poder de Compra que tínhamos às vésperas da imposição da nova moeda. Em conclusão, ficámos mais pobres e sem meios para compensar as perdas. A isso os devotos da União Europeia chamaram Convergência Económica e Monetária Os globalizadores são hábeis em esconder sob belas expressões as intenções que buscam. Mais uma boa malha!
A saga do engano aliás já vinha de trás. Desde logo no anúncio exuberante da adesão à Comunidade Económica Europeia, que nunca tiveram a coragem de referendar. Eram só vantagens Até chegaram a insinuar que passados alguns anos teríamos uma qualidade de vida idêntica à de uma Alemanha. Blá, blá, blá. Tão logo alguém levantava dúvidas, ou era um Velho do Restelo, ou não havia outra alternativa. Ah não? Nunca há alternativas quando só olhamos para o nosso umbigo Com o Euro, chegou-se a publicitar a vantagem de uma moeda única sobre os inconvenientes da conversão cambial quer para o comércio, quer para o Turismo. E o Zé esfregou as mãos de contente... Agora é que era a sua vez da sorte Esqueceu-se que continuaria tão pobre como dantes, ou ainda mais, e que viajar para a estranja continuaria um sonho adiado à espera de um grande prémio do Euromilhões. Porca de vida!
Artur Rosa Teixeira
Ponta Delgada, 05 de Abril de 2010
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter